Janot sobre operação Lava Jato: “Essas prisões serão o grande propulsor da reforma política”

Em entrevista, procurador-geral da República afirma que a realização de prisões de executivos deve impulsionar mudanças no atual sistema político do país; ele comenta ainda a tentativa de interferência do advogado do doleiro Alberto Youssef nas eleições presidenciais deste ano.

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Em entrevista, procurador-geral da República afirma que a realização de prisões de executivos deve impulsionar mudanças no atual sistema político do país; ele comenta ainda a tentativa de interferência do advogado do doleiro Alberto Youssef nas eleições presidenciais deste ano Por Redação O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em entrevista ao jornalista Severino Mota, comentou dois possíveis efeitos da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga um suposto esquema de corrupção na Petrobras. Após a prisão de executivos de empreiteiras, ele acredita que haverá a realização de novas delações premiadas. "Isso é um rastilho de pólvora. Quando um começa a falar, o outro diz: Vai sobrar só para mim?', e aí eles começam a falar mesmo. Todos vão negociar. Se um abrir a boca, abre todo mundo", afirmou. A reforma política também é apontada pelo procurador-geral como uma consequência positiva desse processo. "O sistema republicano e a Justiça começam a mudar de paradigma. A Justiça de três, quatro anos para cá, não é mais uma justiça dos três Ps, de puta, de preto, de pobre. Ela está indo em cima de agente político e de corruptor”, observou. “Essas prisões serão o grande propulsor da reforma política. E esse sistema é corruptor mesmo, se continuar esse sistema não vai mudar nada, pois vamos derrubar essas pessoas e outros virão ocupar esses espaços", completou na entrevista. Na ocasião, ele falou ainda sobre a tentativa de interferência nas eleições deste ano, por parte do advogado Antonio Figueiredo Basto, que defende o doleiro Alberto Youssef. "Estava visível que queriam interferir no processo eleitoral", disse Janot. "O advogado do Alberto Youssef operava para o PSDB do Paraná, foi indicado pelo Beto Richa para a coisa de saneamento, tinha vinculação com partido", ressaltou. O resultado disso seria o vazamento seletivo de informações, com o objetivo de prejudicar a campanha de Dilma Rousseff à reeleição. Foto de capa: Wilson Dias/ABr