Jornalista da Globo diz que eleitores Dilma são "cúmplices" de corrupção

Opinião de Alexandre Garcia foi veiculada por meio de comentário radiofônico em diversas emissoras e causou constrangimento entre seus pares

(Foto: Reprodução TV)
Escrito en POLÍTICA el
Opinião de Alexandre Garcia foi veiculada por meio de comentário radiofônico em diversas emissoras e causou constrangimento entre seus pares Por Redação

Comentando a prisão de Fernando Baiano e Adarico Negromonte pela Operação Lava Jato, o jornalista Alexandre Garcia afirmou em programa de rádio que os “53 milhões de eleitores” (na verdade, foram 54.499.901) que votaram em Dilma Rousseff (PT) são “cúmplices” da corrupção na Petrobras, uma vez que as denúncias envolvendo a estatal eram conhecidas desde o início do ano. 

Garcia também lamentou o fato de não ter saído a ordem de prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. “Enquanto isso, é bom que se diga, de novo: 53 milhões de eleitores aprovaram tudo isso e 39 milhões de eleitores lavaram as mãos. Já estava tudo sabido pelos jornais, pelo rádio, pela televisão, desde janeiro, e depois na campanha política. Então, não me venham dizer que não são cúmplices”, disse.

Os comentários para o rádio são produzidos fora da Globo e distribuídos para várias dezenas de emissoras por todo o Brasil, entre elas a Itatiaia, de Minas Gerais, e a Estadão, de São Paulo. No YouTube, a peça que mostra a "indignação" de Garcia está com quase 30 mil visualizações até a publicação do texto.

Segundo Daniel Castro, do UOL, o comentário foi visto como agressivo, exagerado e inoportuno nos corredores da Globo: "Jornalistas avaliam que a opinião de Garcia foi um 'tiro no pé' e afeta a imagem da emissora mesmo não tendo sido feito na TV, afinal, ele é conhecido e só tem 'programete' em rádio porque é 'o Alexandre Garcia da Globo'. Em um momento de luta contra a queda da audiência, não ajuda em nada agredir 53 milhões de telespectadores".

Em tempo: a Carta Capital publicou, em abril passado, uma recomendação de um diplomata britânico para o seu governo durante a crise nas ilhas Malvinas, em 1982, para que fosse permitido a Garcia – então trabalhando para a Rede Manchete –acesso às ilhas, uma vez que ele já falava a favor do governo britânico. Segundo a nota, o jornalista, que trabalhou como porta-voz da Presidência durante o governo do general brasileiro João Baptista Figueiredo, havia sido recepcionado também por outro ditador: Augusto Pinochet, no Chile. 

Ouça abaixo o comentário do jornalista global.

Foto de Capa: Reprodução