Jornalistas sofrem punição por transmitir informações sobre o massacre de Gaza

Escrito en MÍDIA el
Para cobrir o conflito em Gaza, jornalista precisa se segurar e não dizer o que vê. Do contrário, é punido e retirado da Palestina Por Rita Freire, da Ciranda Internacional [caption id="attachment_49146" align="alignleft" width="300"]"Quatro meninos palestinos mortos em apenas um bombardeio israelense. Minutos antes eles estavam perto de nosso hotel, eu joguei futebol com eles", escreveu Ayman Mohyeldin em seu Twitter (Foto: Reprodução/Twitter) "Quatro meninos palestinos mortos em apenas um bombardeio israelense. Minutos antes eles estavam perto de nosso hotel, eu joguei futebol com eles", escreveu Ayman Mohyeldin em seu Twitter (Foto: Reprodução/Twitter)[/caption] Ayman Mohyeldin é o jornalista que presenciou e divulgou as mortes de Ismail, Zakaria, Ahed e Mohamed, de idades entre 9 e 11 anos, caçados por radar e finalmente atingidos pelos mísseis de Israel quando brincavam em um praia de Gaza. Jornalista americano de origem egípcia, ele é veterano. Trabalhou na Palestina para a Al Jazeera, para a CNN e para a NBC, que o emprega atualmente. Ayman estava jogando futebol na praia com os quatro meninos, momentos antes de serem assassinados. Portanto, foi o jornalista a relatar com mais detalhes tudo que presenciou. O mundo recebeu suas notícias, as imagens das mães e pais ao saber das mortes, o testemunho de Moutaz Bakr, o menino ferido, levado ao hospital após ter visto os outros morrerem. O repórter recebeu elogios nas redes pela cobertura, e pelas informações que também postou no Twitter e no Instagram. Mas em seguida recebeu ordens da direção da NBC para deixar Gaza. O argumento foi de retirada por "questões de segurança" mas, segundo o jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept, a NBC enviou outro correspondente para substituí-lo: "Richard Engel, juntamente com um produtor americano que nunca foi a Gaza e não fala árabe, para cobrir o ataque israelense em curso". A censura foi denunciada na internet, também pela rede anti-sionista norte-americana Jewish Voice for Peace, que condena Israel pela ocupação e os ataques a Gaza, e que fez um apelo, em sua página do Facebook, para que o jornalista volte ao seu posto e não seja punido por fazer um trabalho honesto e corajoso. [caption id="attachment_49145" align="alignright" width="400"]Diana Magnay (Foto: Reprodução/CNN) Diana Magnay (Foto: Reprodução/CNN)[/caption] A outra vítima da censura é a jornalista Diana Magnay, da rede CNN, que trabalhava na fronteira entre Israel e Gaza. Ali ela presenciou um grupo de israelenses torcendo e comemorando o lançamento de mísseis sobre Gaza. Relatou o fato em sua conta no Twitter e chamou o grupo de “escória”, apesar das ameaças que sofreu. “Os israelenses no monte acima de Sderot torciam enquanto bombas caíam em Gaza; ele ameaçaram destruir nosso carro se eu falasse alguma palavra errada. Escória”, escreveu no Twitter. A CNN pediu desculpas por Diana Magnay e transferiu a jornalista para Moscou. Foto de capa: o jornalista Ayman Mohyeldin (Reprodução)