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Esta é a primeira baixa em consequência das delações da Odebrecht. Assessor foi citado também por Eduardo Cunha em duas perguntas que tentou fazer a Temer e que o juiz Moro não deixou.
Da Redação
José Yunes, assessor especial da Presidência da República, pediu demissão na tarde desta quarta-feira (14). A demissão do assessor, que é amigo de Temer há 50 anos, acontece dias depois do vazamento de delação do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Claudio Melo Filho, que foi confirmada por Marcelo Odebrecht em depoimento na segunda-feira passada (12).
De acordo com o executivo da Odebrecht, Yunes foi o intermediário da propina de R$ 10 milhões para campanha do PMDB em 2014. O dinheiro teria sido pedido pessoalmente por Temer a Marcelo Odebrecht no Palácio do Jaburu.
Em carta, Yunes disse que entregou cargo para “preservar dignidade e manter acesa chama cívica que me faz acreditar nos imensos potenciais de meu país”. O amigo de Temer diz ainda que “Nos últimos dias, Senhor Presidente, vi meu nome jogado no lamaçal de uma abjeta delação, feita por uma pessoa que não conheço”.
A relação promíscua entre Yunes e o presidente já havia sido insinuada nas perguntas que Eduardo Cunha tentou fazer a Temer: "Qual sua relação com Sr. José Yunes?" Yunes já "recebeu alguma doação o de campanha?", tentou perguntar Cunha a Temer, no processo em que o presidente foi sua testemunha de defesa. O juiz Sérgio Moro, da Lava Jato, barrou 21 das 41 perguntas feitas pelos advogados de Cunha, essas duas inclusive. O motivo: considerou parte das questões inapropriadas ou sem pertinência com o objeto da ação penal.
São esperadas para breve outras baixas. Pela manhã, o secretário-executivo do governo Moreira Franco desmente em nota boatos de que estaria deixando o governo: "Estou dedicado a colaborar no lançamento das medidas microeconômicas e no fortalecimento do programa de concessões. Não abandono lutas quando acredito nelas".