O juiz Itagiba Catta Preta Neto, que arquivou nesta sexta-feira (3) a ação popular que solicitava a suspensão da indicação ex-ministro da Educação Abraham Weintraub para o Banco Mundial, é tio do advogado Paulo Emilio Catta Preta, que defende Fabrício Queiroz.
Queiroz é amigo do presidente Jair Bolsonaro e ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) preso desde 18 de junho. Ele apontado como operador de um esquema de corrupção no antigo gabinete de deputado estadual do filho do presidente.
Já o juiz Itagiba Catta Preta Neto ficou conhecido por suspender a posse do ex-presidente Lula para a chefia da Casa Civil do governo Dilma Rousseff, em 2016.
A ação contra a nomeação de Weintraub foi movida pelo deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) e pelo advogado Marivaldo Pereira. Valente considerou a decisão tendenciosa e afirma que vai recorrer.
Na sentença, o juiz arquivou o pedido ao afirmar que “patrulhamento ideológico não é papel do Poder Judiciário” e buscou desqualificar ação.
O magistrado afirmou que a ação parte da indignação dos autores e criticou o uso de postagens nas redes sociais e até de reportagens. Ele chega a atacar a imprensa, dizendo que a credibilidade dos jornais é "bastante subjetiva e insuficiente para ensejar atuação judicial em ação popular".
Na ação, Valente e Pereira questionam a fuga de Weintraub para os EUA e o possível uso de passaporte diplomático após a exoneração. A ação listou ainda polêmicas protagonizadas por Weintraub, como as ofensas aos chineses chinesa e aos ministros do Supremo Tribunal Federal.
"A sentença do juiz é uma peça ideológica. É um fato anormal que mostra a politização da Justiça pelo lado da extrema direita, não posso aceitar, como cidadão e como parlamentar, uma sentença desse tipo, que não faz nenhuma análise factual. Foi uma resposta de militante político", disse Valente.
Com informações do jornal Folha de S.Paulo