Juízes para a Democracia cobram esclarecimento de Joaquim Barbosa

Em nota, associação de magistrados considera inaceitável a pressão do presidente do STF para a troca de juízes de execução criminal

(Foto: Felipe Sampaio/STF)
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Em nota, associação de magistrados considera inaceitável a pressão do presidente do STF para a troca de juízes de execução criminal Da Redação [caption id="attachment_36853" align="alignright" width="384"] O presidente do STF tem a obrigação de prestar imediato esclarecimento à população, diz entidade de juízes (Foto: Felipe Sampaio/STF)[/caption] A Associação Juízes para a Democracia (AJD) divulgou nota com críticas ao ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal. Barbosa teria interferido na substituição do juiz responsável pela execução penal dos condenados da Ação Penal 470. A entidade cobra esclarecimentos e considera a ação um "abuso". Confira a íntegra da nota abaixo: A Associação Juízes para a Democracia (AJD),  entidade não governamental, cujos objetivos estatutários, dentre outros,  são: o respeito absoluto e incondicional aos valores jurídicos próprios do Estado Democrático de Direito; a  realização substancial, não apenas formal, dos valores, direitos e liberdades do Estado Democrático de Direito; a defesa da independência do Poder Judiciário não só perante os demais poderes como também perante grupos de qualquer natureza, internos ou externos à Magistratura vem à público para : a) manifestar sua preocupação com notícias  que veiculam que o Presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, estaria fazendo pressão para a troca de juízes de execução criminal e b)    requerer que  ele dê os imprescindíveis esclarecimentos. A acusação é uma das mais sérias que podem pesar sob um magistrado que ocupa o grau máximo do Poder Judiciário e que acumula a presidência do CNJ ( Conselho Nacional de Justiça), na medida que vulnera o Estado Democrático de Direito. Inaceitável a subtração de jurisdição depositada em um magistrado  ou a realização de qualquer manobra para que um processo seja julgado por este ou aquele juiz. O povo não aceita mais o coronelismo no Judiciário. A Constituição  Federal e documentos internacionais garantem a independência judicial, que não é atributo para os juízes, mas para os cidadãos. Neste tema sempre bom relembrar a primorosa lição de Eugenio Raúl Zaffaroni: “  A independência do juiz … é a que importa a garantia de que o magistrado não esta submetido às pressões do poderes externos à própria magistratura, mas também implica a segurança de que o juiz não sofrerá ás pressões dos órgãos colegiados da própria judicatura” ( Poder Judiciário, Crise, Acertos e Desacertos, Editora Revista dos Tribunais). Não por outro motivo existem e devem existir regras claras e transparentes para a designação de juízes,  modos de acesso ao cargo, que não podem ser alterados por pressão das partes ou pelo Tribunal. O presidente do STF tem a obrigação de prestar imediato esclarecimento à população sobre o ocorrido, negando o fato, espera-se, sob pena de estar sujeito à sanção  equivalente  ao abuso que tal ação representa. A Associação Juizes para a Democracia aguarda serenamente  a manifestação do presidente do Supremo Tribunal Federal. Kenarik Boujikian, presidenta da Associação Juízes para a Democracia
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