Justiça de SP abre processo contra ex-apresentador da CNN por comentários homofóbicos

Ao comentar decisão do STF que derrubou norma que proibia a doação de sangue por parte das LGBT, Leandro Narloch associou essa parcela da sociedade à promiscuidade e ao HIV

Foto: Reprodução/CNN Brasil
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A Justiça de São Paulo aceitou duas denúncias contra o ex-comentarista da CNN Brasil, Leandro Narloch, por discriminação em razão da orientação sexual e por pessoas que vivem com HIV.

Narloch foi enquadrado na lei 10.948/01, que pune administrativamente atos homofóbicos no estado de São Paulo. Caso condenado, deverá pagar multa a partir de R$ 27 mil, valor que pode ser multiplicado por dez.

No dia 8 de julho de 2020, Leandro Narlock, ao tecer comentários sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que derrubou uma norma que proibia LGBTs de doarem sangue, associou a comunidade LGBT à promiscuidade e afirmou que essa parcela da população possui mais chances de contrair o HIV.

“A mudança, na verdade, é pequena, ela vai restringir mais a conduta e não o tipo de pessoa, a opção sexual (sic) do indivíduo. Toda essa polêmica começou porque, não há dúvida disso, os gays, os homens gays, eles têm uma chance muito maior de ter Aids, né? Em 2018, uma pesquisa mostrou que 25% dos gays de São Paulo eram portadores de HIV. Mesmo que esse número seja exagerado, e de fato ele parece mesmo exagerado, o fato é que é dezenas de vezes maior a chance [do homossexual ter HIV] do que na população em geral. A questão é que outros critérios para exclusão já restringem os gays que têm comportamento promíscuo, né?”, disse Leandro Narloch na época.

https://twitter.com/bielvaquer/status/1280897482545922049

Dois dias depois desse "comentário", a CNN Brasil demitiu Leandro Narloch.

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