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Pouco depois de dizer que pretende revisar o decreto 883, que eliminou subsídios que estavam estabelecidos no país há décadas, o presidente Lenín Moreno anunciou neste sábado (12) a militarização da capital Quito. Os protestos seguem intensos e o "Fora Lenín" começou a ganhar força nas mobilizações que anteriormente focavam principalmente no decreto e no chamado "paquetazo", um conjunto de reformas econômicas neoliberais apresentado por Moreno e defendido pelo Fundo Monetário Internacional.
Depois de 10 dias de intensas manifestações, o presidente equatoriano finalmente anunciou que pretende rever o corte nos subsídios dos combustíveis. Anteriormente, Moreno se posicionava de forma irredutível e chegou a decretar estado de exceção para conter os protestos. Com o avanço das mobilizações, que envolve estudantes, indígenas e trabalhadores de diversos segmentos, o presidente teve que recuar.
No entanto, por volta das 16h, Moreno decidiu decretar toque de recolher em Quito para proceder com a militarização da capital e reprimir com mais força os manifestantes. "Decretei toque de recolher e a militarização do Distrito Municipal de Quito e dos vales. Entrará em vigor às 15h [17h de Brasília]. Isso facilitará o desempenho da força pública contra os excessos intoleráveis de violência", publicou
Neste sábado, a capital foi mais uma vez palco de fortes enfrentamentos em meio a uma repressão policial cada vez mais dura. Manifestantes tem questionado qual o tipo de diálogo que Moreno propõe e o "Fora Lenín" vem ganhando espaço. Segundo a Defensoria do Povo, de 3 a 12 de outubro há registros de 6 mortos, 937 feridos e 1121 presos políticos. Movimentos sociais indicam que 86 pessoas estão desaparecidas.
https://twitter.com/Lenin/status/1183100534062047232
https://twitter.com/Voces_Ecu/status/1183059951889108993
https://twitter.com/Voces_Ecu/status/1183097148587552770
https://twitter.com/DEFENSORIAEC/status/1183085248617295874