Lixo que reduz conta de luz ganha prêmio

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Um projeto brasileiro que dá descontos na conta de luz para quem recicla lixo é um dos dez vencedores do World Business and Development Awards (Prêmio Empresas Globais e Desenvolvimento), concedido nesta quarta-feira, em Nova York, pela Câmera do Comércio Internacional, pelo Fórum Internacional de Líderes de Negócios e pelo PNUD. A premiação, que está em sua terceira edição, destaca ações do setor privado que ajudam a acelerar o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).

A iniciativa brasileira, implantada pela empresa de energia elétrica Endesa, foi elogiada por conciliar reciclagem e acesso maior dos pobres à eletricidade. “O programa centra-se em torno do conceito inovador de trocar lixo reciclável por créditos na conta de eletricidade. Os dois principais objetivos são melhorar a reciclagem e dar aos consumidores descontos na conta de energia, especialmente consumidores de baixa renda”, elogiou o comitê do prêmio em seu comunicado. A iniciativa diminuiu a inadimplência e “ajudou a aumentar a distribuição para novos consumidores que antes não tinham acesso a eletricidade”, afirma o texto.

A Endesa — uma multinacional espanhola dona de quatro subsidiárias no Brasil, que juntas atendem a 5,1 milhões de clientes — implantou o projeto por meio da Ampla (distribuidora de energia elétrica que atua em 66 municípios cariocas) e da Coelce (que distribui energia elétrica a todo o Ceará).

No Ceará, onde o programa chama-se Ecoelce (http://www.ecoelce.com.br), o cliente cadastra-se em um ponto de coleta de recicláveis e recebe um cartão eletrônico. Depois, volta ao posto com o lixo, que é então pesado. O valor do desconto, calculado de acordo com o tipo e o peso dos resíduos — um quilo de garrafa PET, por exemplo, vale R$ 0,30 —, é creditado no cartão. No Rio o processo é semelhante, mas o número de postos de coleta é menor.

A terceira edição do World Business and Development Awards também premiou projetos das empresas 3K&A (em Gana), Diageo (Nigéria), Haygrove (Gâmbia), Olam Nigeria (Nigéria), Safaricom (Quênia), Sistema Ser (Argentina), Smart Communications (Filipinas), Syngenta (projeto implantado em vários países) e ZMQ Software Systems (Índia). Os organizadores deram ainda um destaque especial a iniciativas de três outras empresas: Map Internacional (por um projeto em Uganda), Yara (Moçambique e Tanzânia) e Ericsson (Quênia, Nigéria e África do Sul).