Lula culpa Bolsonaro por inflação e defende controle de preços

Levantamento divulgado nesta quinta-feira mostra que o pescoço de galinha ficou 15% mais caro

Lula. Foto: Ricardo Stuckert
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A alta da inflação e disparada dos preços dos alimentos tem sido um assunto constante. Imagens de pessoas pegando lixo para se alimentar e mercados vendendo bandejas com pé galinha se tornaram corriqueiras.

Além disso, foi divulgado nesta sexta-feira (29) que, os supermercados notando a maior procura por carnes de segunda e terceira, aumentaram os preços de tais produtos. Para se ter uma ideia, o pesco de galinha ficou 15% mais caro.

Em entrevista à Rádio Jovem Pan de Sorocaba, o ex-presidente Lula afirmou que a culpa de tal descalabro é do presidente Bolsonaro (sem partido), pois, este não coloca as pessoas pobres no centro de suas preocupações.

“Quem é responsável pela inflação é o governo, a inflação está descontrolada nos preços controlados: no preço da gasolina, do gás, do óleo diesel, da energia, do aluguel. Se o governo não controla os preços, ele não tem moral para passar confiança a quem vende produtos para o povo consumir. Então a carne foge do controle, a cebola, a batata, o pimentão, e volta a prejudicar o povo pobre mais uma vez”, criticou.

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O líder petista também afirmou que, ao invés de governar, o atual governo só sabe produzir fake news. "Não tem nenhuma lógica a gasolina a R$ 7, o diesel no preço que está, o gás, a energia. O governo tem de tomar decisão, não é falar, fazer fake news. Governo age, faz. Lamentavelmente, não temos governo. Hoje temos mais de 70% da sociedade endividada, com dificuldade de pagar seu cartão de crédito e a economia não anda assim”, afirmou Lula.

O ex-presidente também afirmou que a política econômica deve funcionar de modo articulado, em uma cadeia alimentada pela própria produção. “Quando a economia começa a andar, você tem que fazer com que o crédito chegue na mão das pessoas, para poderem consumir. Consumindo, gera emprego, mais salário, que gera mais consumo. E a roda gigante da economia começa a funcionar de forma saudável”, defendeu.

“Do jeito que está hoje, há muito desemprego, gente passando fome, as pessoas vão se endividando no cartão de crédito e depois não podem pagar. É preciso que o dinheiro chegue na mão das pessoas. Quando a gente faz o dinheiro chegar no bolso do povo, o pobre deixa de ser problema e passa a ser solução. Geramos 20 milhões de empregos com carteira assinada quando a Europa e os EUA desempregaram 100 milhões”, analisou.

Estado forte

Líder nas pesquisas à presidência da República em 2022, Lula criticou aquilo que chamou de "falácia" do Estado pesado.

“Para que a iniciativa privada se apodere do Estado, se vendeu uma falácia de que o Estado no Brasil é pesado. Investir em Educação, por exemplo, não pode ser visto como gasto, é investimento. Investir na formação de um jovem é investimento produtivo. Quando colocamos, só no estado de São Paulo, 680 mil jovens para tomar crédito do FIES para fazer curso superior, isso não é gasto. Na hora que esse jovem se formar, ele vai retribuir à sociedade brasileira com a sua capacidade, o conhecimento que adquiriu”, lembrou.

O ex-presidente também criticou a concentração de riqueza. "“Muito dinheiro na mão de poucos é concentração de riqueza. Pouco dinheiro na mão de muitos é distribuição de riqueza. Na hora que a pessoa humilde tem um dinheirinho, não vai comprar dólar, vai comprar comida, um chinelinho, uma caneta, um lápis para o filho”, definiu. “O dinheiro volta a circular no mercado muito rapidamente”, analisou.

Por fim, Lula afirmou que o PT está para voltar a governar o Brasil. "O PT está preparado para voltar a governar esse país. O PT precisa voltar para reconstruir o país, para que as pessoas voltem a sentir prazer de ser brasileiro, a ser feliz. Todos nós temos que acordar de manhã com otimismo de que o amanhã vai ser melhor. Não podemos ficar nesse clima de ódio, de mau humor”, declarou Lula.

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