Lula sobre o marco do saneamento: "Empresário vai levar água encanada pra favela sem ter lucro?"

Ex-presidente ainda disse, ao comentar sobre o novo ministro da Educação, que Bolsonaro está transformando governo em um quartel militar e que o capitão da reserva "ainda vai ser criminalizado pelo genocídio que está promovendo"

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (25) ser contra o Projeto de Lei do novo marco legal do saneamento básico, aprovado pelo Senado na quarta (25), e contra a privatização das águas por avaliar que o empresário não atenderá as regiões mais pobres.

Em entrevista ao Giro Nordeste, Lula disse ainda que a nomeação de um militar para comandar o Ministério da Educação mostra que o presidente Jair Bolsonaro "está transformando o governo em um quartel" e que ele será "criminalizado pelo genocídio que está promovendo" por sua atuação na crise do coronavírus.

"Água é vida. É saúde. Água tratada é responsabilidade do Estado brasileiro. Qual é o empresário que vai fazer isso sem rentabilidade? Eles vão levar água encanada pra favela sem ter lucro? Eu sou contra privatizar porque a saúde do povo depende disso", afirmou o ex-presidente.

"Eu posso falar porque com 7 anos de idade andava quilômetros até um açude pra poder tomar água com caramujo dentro. Nenhum empresário vai escolher ter prejuízo. No Brasil 63% dos leitos são do SUS. Como é que você pode aceitar a privatização de uma coisa ligada à saúde do povo?", completou.

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"O Bolsonaro está transformando o governo em um quartel. Hoje entrou mais um. Não é militarizando o Estado brasileiro que ele vai melhorar o Brasil. E sim democratizando as instituições", disse Lula.

Hoje cedo, Bolsonaro nomeou o militar da reserva da Marinha e especialista em finanças, Carlos Alberto Decotelli, para o comando do MEC.

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Na entrevista, transmitida por nove emissoras de televisão do país e nas redes sociais, o petista também voltou a criticar a forma como Bolsonaro vem lidando com a pandemia do coronavírus.

"Bolsonaro ainda vai ser criminalizado pelo genocídio que está promovendo. O papel do presidente da República era orientar diariamente a população de como se cuidar e dar força aos profissionais de saúde. Eu nunca vi ele fazendo isso", afirmou o ex-presidente.

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