Maduro: "A ultradireita de Bolsonaro, de Donald Trump, quer se meter militarmente na Venezuela"

"Bolsonaro é um extremista ideológico. Recentemente ele declarou sua admiração pelo [ex] ditador [chileno] Augusto Pinochet, que é uma espécie de Hitler sul-americano", declarou Maduro em entrevista à Folha

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Em entrevista à Mônica Bergamo, na edição desta terça-feira (17) da Folha de S.Paulo, Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, criticou duramente o conluio do Brasil com os Estados Unidos para uma intervenção militar no país, chamando Jair Bolsonaro de "extremista ideológico". Se você curte o jornalismo da Fórum clique aqui. Em breve, você terá novidades que vão te colocar numa rede em que ninguém solta a mão de ninguém "A ultradireita de Bolsonaro, de Donald Trump, gostaria de se meter militarmente na Venezuela. Porque eles acreditam que é pão comido. É uma loucura, em primeiro lugar, pretender impor uma mudança de regime com invasão militar. Esse é um tempo superado pela humanidade. Todas essas ameaças do governo de Donald Trump, de [Jair] Bolsonaro, de invadir a Venezuela, o que têm feito é unir ideologicamente e institucionalmente a Força Armada Nacional Bolivariana", afirmou. Maduro diz que mantém contato com os militares brasileiros, mas que está longe de Bolsonaro, um político com "p" minúsculo, segundo ele. "Bem, tem havido [diálogo] sempre contato com as forças militares do Brasil, e creio que eles devem continuar. Com o governo, você sabe que Bolsonaro é um extremista ideológico. Recentemente ele declarou sua admiração pelo [ex] ditador [chileno] Augusto Pinochet, que é uma espécie de Hitler sul-americano. E em sua mente está apenas a agressão contra a Venezuela. Ele não é um político. Lamentavelmente, à frente de muitos governos da América do Sul não há políticos com "p" maiúsculo, com doutrina, que saibam respeitar a diversidade". O presidente venezuelano afirmou ainda que enfrenta uma oposição ainda mais à direita do que Bolsonaro - "que tem o objetivo de derrubar inconstitucionalmente a revolução" - e rechaçou a comparação de prisões de adversários na Venezuela e da prisão política imposta a Lula no Brasil. "Num caso, há um homem [Leopoldo López] de ultradireita, [condenado] com provas, testemunhos, num processo público, aberto, no qual se demonstra que ele tentou derrubar o governo. Houve 40 mortos ou mais [nos protestos]. A Justiça toma a sua decisão. [No caso de Lula é] Um processo arranjado, que foi manipulado contra um homem da honorabilidade, da estatura de estadista de Lula da Silva. É incomparável. É um crime moral comparar um homem como Lula da Silva, e seu tamanho na história do Brasil e da América, e a perseguição brutal [que ele sofreu], já demonstrada com provas, com esses opositores de extrema direita financiados pelos EUA na Venezuela. É um despropósito", afirmou.

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