Maia sugere cortar salário dos três Poderes para bancar prorrogação do auxílio emergencial

Em resposta a Bolsonaro, presidente da Câmara diz que só os rendimentos dos parlamentares não é suficiente e propõe incluir presidente, ministros e o Judiciário

Michel Jesus/Câmara dos Deputados
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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira (9) que o governo Jair Bolsonaro não pode prorrogar o auxílio emergencial para a pandemia de coronavírus com um valor menor sem uma nova votação no Congresso. Ele sugeriu um corte linear nos salários de membros dos três Poderes para bancar o benefício a R$ 600 por mais tempo. 

"O governo tem autorização para renovar a renda emergencial pelo mesmo valor, a lei não permite reduzir o valor. Se o governo for reduzir o valor, precisa encaminhar ao Congresso Nacional uma proposta que será votada com urgência certamente pela Câmara e pelo Senado", declarou.

Mais cedo nesta terça, Bolsonaro reafirmou que a equipe econômica prevê o pagamento de duas novas parcelas do auxílio emergencial, mas no valor de R$ 300 mensais.

Diante da claque de apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada, o presidente provocou: "Sei que tem parlamentar que quer mais duas de R$ 600. Se tivermos um programa para diminuir salários de parlamentares, tudo bem, eu pago até R$ 1 mil por mês, não tem problema nenhum".

Sobre as declarações, Maia afirmou que deputados e senadores estão abertos para dialogar sobre reduções de salários, mas destacou que cortar apenas os rendimentos dos parlamentares não será suficiente.

“Se todos os Poderes topassem cortar um valor que seja por seis meses, 10%, ou um percentual maior por menos tempo, para garantir os R$ 600, eu tenho certeza que o parlamento vai participar e vai defender. Não tem nenhum problema", disse.

“O salário dos parlamentares em relação aos custos tem uma diferença um pouco grande. Vai ficar distante para cobrir, mas se todos os três Poderes estiverem de acordo para cortar salários por alguns meses, para garantir os R$ 600, o Parlamento está disposto a sentar na mesa e conversar”, completou.

Com informações do jornal O Estado de S. Paulo