Manifestação, só se não atrapalhar a obra, afirma coordenador da transposição

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Rômulo de Macedo Vieira, coordenador do projeto de Integração de Bacias que pretende levar água do rio São Francisco para outras bacias do Nordeste Setentrional, explica os motivos da chegada do exército a Cabrobó. Ele avisa: se movimentos sociais tentarem impedir a obra, o governo vai agir para que as obras aconteçam

Desde março, o Batalhão de Engenharia e Construção do Exército está posicionado para o início das obras de transposição do rio São Francisco. Para iniciá-las faltava apenas a votação de uma das oito Medidas Provisórias (MPs) que compõem o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Congresso Nacional. A MP previa R$ 4,2 bilhões, para a obra. É metade do total de recursos a serem investidos em obras de infra-estrutura hídrica até 2010. "Ainda falta dinheiro", disse, em entrevista à Revista Fórum na ocasião, Rômulo de Macedo Vieira, coordenador da transposição do São Francisco, chamada oficialmente de Projeto de Integração do Rio São Francisco às Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional. Aprovada a MP, o Exército já começou a instalar os canteiros de obras e deve começar a construir os canais em cerca de 15 dias. Se houver ocupação da área para atrasar as obras, como está sendo discutido pelos movimentos sociais, Rômulo promete reação. "Se tentarem impedir as obras, cabe ao ministério agir para que as obras aconteçam". FÓRUM- Como está o cronograma de obras da transposição? RÔMULO DE MACEDO VIEIRA - O Exército já mobilizou as equipes e está montando canteiros de obras. E deve iniciar os trabalhos por volta do dia 20 deste mês. O papel do Exército é importante, porque pode ter início imediato, não precisa fazer licitação. Só precisa de destaque orçamentário [verba extraordinária, apresentada por Medida Provisória e aprovada no Congresso]. FÓRUM- Quais são as primeiras obras que serão feitas pelo Exército? RÔMULO - É a interligação do rio São Francisco com as primeiras estações de bombeamento para cada eixo (Norte e Leste). Vão ser feitos esses dois canais, mas a água ainda não passa por eles. Só vão transportar água quando estiverem prontas as estações de bombeamento, que dependem de licitação. FÓRUM- Os movimentos sociais contrários à transposição do São Francisco podem fazer ocupações na área da obra. O que o governo pretende fazer nesse caso? RÔMULO - Esses grupos não são tão numerosos assim como se diz. Mas, se fizerem manifestação, a gente vive em um país democrático... Desde que não atrapalhe as obras. Essa é uma decisão de governo, estamos autorizados pela Justiça, temos licença do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente). Se tentarem impedir as obras, cabe ao ministério (da Integração Nacional) agir para que as obras aconteçam.