Manifestantes invadem ministérios no Líbano e governo promete antecipar eleições

População culpa classe política por explosão no porto de Beirute que matou 150 pessoas; primeiro-ministro anunciou nova votação, mas não define data e mantém repressão

Foto: Reprodução/YouTube
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Um protesto reuniu cerca de cem mil pessoas em Beirute, no Líbano. Os manifestantes invadiram ministérios, entraram em confronto com a polícia e pediam a queda do governo.

Os manifestantes culpam a classe política pela explosão da última terça-feira (4), no porto da cidade, que matou mais de 150 pessoas e feriu cerca de 6.000, de acordo com o ministério da Saúde do país.

A principal concentração foi na Praça dos Mártires, no centro da capital libanesa, onde os manifestantes ergueram uma forca. Alguns atiravam pedras, e outros gritavam “o povo quer a queda do regime”, reprisando um cântico popular dos levantes da Primavera Árabe de 2011.

Um grupo invadiu o ministério das Relações Exteriores, onde queimaram um retrato emoldurado do presidente, Michel Aoun. As pessoas foram retiradas do local pelo Exército. Em seguida, outro grupo invadiu o ministério da Energia.

O presidente representa uma classe política que governa o Líbano há décadas e que os ativistas dizem ser responsável pelas profundas crises política e econômica do país.

Mais cedo, a polícia de choque disparou gás lacrimogêneo contra manifestantes que tentavam romper uma barreira para chegar ao prédio do Parlamento.

Após a escalada da tensão na capital, o primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, anunciou que chamará eleições parlamentares antecipadas.

"Não podemos sair desta crise sem eleições parlamentares antecipadas", afirmou Diab, lendo um comunicado. No entanto, não foi anunciada uma data. Ele acrescentou que não é culpado pelos problemas econômicos e políticos do país.

O protesto reuniu cerca de cem mil pessoas na Praça dos Mártires, no centro de Beirute, onde manifestantes ergueram uma forca. Alguns atiravam pedras, e outros gritavam “o povo quer a queda do regime”, reprisando um cântico popular dos levantes da Primavera Árabe de 2011. Eles também seguravam cartazes com dizeres como “saiam, vocês são todos assassinos”.

Com informações de agências internacionais