Mercado da fome: Frigoríficos do CE vendem ossos “de primeira” e “de segunda”

O aumento da procura desses “produtos” provocou alta nos preços: a ossada “de primeira” está custando R$ 9 o quilo, enquanto a “de segunda”, R$ 5

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A incapacidade de Jair Bolsonaro e sua equipe econômica de retirar milhares de pessoas da pobreza extrema faz com que situações desconcertantes ocorram no cotidiano do brasileiro. Enquanto a fome se intensifica, frigoríficos da periferia de Fortaleza, capital do Ceará, estão vendendo “ossos de primeira e de segunda”.

O aumento da procura desses “produtos” provocou alta nos preços. De acordo com reportagem de Carolina Mesquita, no Diário do Nordeste, o osso “de primeira” está custando R$ 9 o quilo, enquanto o “de segunda”, R$ 5.

A reportagem destaca que as ossadas sempre estiveram presentes nos açougues do Nordeste sendo utilizadas pela população em caldos, sopas, feijão, entre outros pratos. Porém, com a alta no preço dos alimentos, inúmeras famílias mais pobres passaram a recorrer às ossadas como item principal das refeições.

A desempregada Maria da Penha Ferreira de Sousa, de 36 anos, contou ao jornal que a última vez em que comprou carne foi em fevereiro. “Tem vez que dá aquela vontade, mas infelizmente não dá. Até os ossos que eu gostava pra fazer sopa deu uma subida e não comprei mais”, disse.

O empobrecimento da população depois do golpe de 2016, que propiciou a ascensão de Jair Bolsonaro, faz com que os produtos de baixa qualidade sejam os mais vendidos nos mercados.

Carne dianteira

O aumento descontrolado do preço da carne não prejudicou somente a população que compra nos comércios. Vilaneide Bruno, funcionária de um frigorífico, disse que os produtos que mais estão saindo são carnes com ossos, como lombo, peito e a própria ossada.

“A ossada aumentou demais a procura, porque você bota dentro do feijão e não precisa mais da carne. A gente dos frigoríficos está se sustentando praticamente só com a carne dianteira, que é a carne de segunda”, destacou.