Mídia gorda dá destaque a FHC enquanto Bolsonaro implode o país

Com saudades do tucanato, Veja, O Globo, Estadão e Folha fizeram longas entrevistas com FHC antes do lançamento do quarto e último volume dos "Diários da Presidência". Na pauta, além das críticas a Bolsonaro e elogios a Luciano Huck, não faltaram as habituais alfinetadas no ex-presidente Lula

FHC (Foto: Arquivo)
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A mídia gorda está com saudade do tucanato. Em plena implosão do país, provocada por Jair Bolsonaro e o PSL, os principais jornais do país e a revista Veja fizeram longas entrevistas e deram destaque ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, que criticou o atual mandatário, falou de Luciano Huck e promoveu seu novo livro em que, claro, alfineta Lula. Na resenha do quarto e último volume dos "Diários da Presidência", o jornalista da Folha, Fábio Zanini, destaca que FHC "diz que se sentia como goleiro de Lula contra desconfiança internacional". "Eu, como um goalkeeper, tratando de defender as bolas que querem passar pelas pernas do Lula. Eu o estou defendendo o tempo todo, é do meu interesse que haja calma no Brasil [...] O Lula não é nenhum ferrabrás", diz o trecho destacado do livro. Nas páginas da Veja, FHC classificou Bolsonaro como "uma pessoa tosca" e diz que Lula "perdeu o encanto". "O Lula sempre foi primeiro eu, depois eu, depois eu, depois o resto. Ele tem qualidades inegáveis de liderança. Recentemente, vi uma entrevista dele na cadeia e me pareceu à vontade. O PT hoje é o “Lula livre”. O encanto que havia anteriormente não existe mais", afirmou FHC, disfarçando a própria vaidade. Luciano Huck FHC ainda comentou sobre a possibilidade da candidatura do apresentador global Luciano Huck nas eleições presidenciais de 2022, o que ganhou destaque no Estadão. "Huck vai deixar de ser celebridade e ser líder?", indagou o tucano ao jornal. "É preciso ver se Huck vai deixar de ser celebridade para ser líder", respondeu ele mesmo. Com destaque no portal da Folha, FHC, aos 88 anos, disse ao jornal da família Frias que Bolsonaro é "reacionário e antiquado". "As instituições não sofreram um abalo, mesmo hoje. Você continua tendo liberdade, imprensa livre, o Parlamento funciona, a Justiça. Você não tem medo. Pode piorar? Pode. A democracia tem que ser cuidada, sempre. Eu não tenho a visão de que inevitavelmente o Brasil vai [piorar] porque o presidente é de direita, seu grupo de referência é atrasado, reacionário, antiquado em muita coisa", tergiversou o tucano. Já ao jornal O Globo, da família Marinho, FHC voltou a dizer que o "Brasil está vivendo sob o signo do ódio", mas passou pano para Bolsonaro. "Não posso tratar o Bolsonaro como inimigo. Ele foi eleito, é o presidente da República. Eu discordo dele. Nunca o vi, nem estou pretendendo vê-lo", afirmou.

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