Ministério da Justiça montou "dossiê" secreto contra policiais antifascistas

Além de agentes de segurança, aparecem "formadores de opinião" como o cientista político Luiz Eduardo Soares

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O Ministério da Justiça, comandado por André Mendonça desde a saída de Sérgio Moro, utilizou a Secretaria de Operações Integradas (Seopi) para montar um dossiê sobre policiais contrários ao presidente Jair Bolsonaro que integram grupos antifascistas.

Segundo reportagem de Rubens Valente, do portal Uol, publicada nesta sexta-feira (24), 579 servidores federais e estaduais de segurança, três professores universitários aparecem em uma lista montada pelo Seopi em junho, em meio ao avanço das mobilizações antifascistas no país.

O primeiro documento do órgão foi nomeado "Ações de Grupos Antifa e Policiais Antifascismo" e se baseia no manifesto "Policiais antifascismo em defesa da democracia popular", subscrito por 503 agentes, mas leva em conta a participação nas redes e em atos.

"Verificamos alguns policiais formadores de opinião que apresentam número elevado de seguidores em suas redes sociais, os quais disseminam símbolos e ideologia antifascistas", diz trecho do relatório.

O texto cita ainda um manifesto produzido em 2016, contra o golpe sofrido por Dilma Rousseff, chamado "Manifesto de policiais pela legalidade democrática".

Formadores de opinião

Entre os professores, apontados como formadores de opinião, estão o ex-secretário nacional de direitos humanos e atual relator da ONU sobre direitos humanos na Síria, Paulo Sérgio Pinheiro, o cientista político Luiz Eduardo Soares e Ricardo Balestreri, ex-presidente da Anistia Internacional no Brasil e secretário no governo do Pará.

Inteligência

A matéria aponta que o Seopi passou a ganhar status de "inteligência" a partir de um decreto do presidente Jair Bolsonaro publicado em janeiro de 2019 e não submete todos os relatórios a acompanhamento judicial.

Confira aqui a reportagem na íntegra