O Ministério Público que opera junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu uma apuração ao ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli, que preside o CNJ Conselho Nacional de Justiça (CNJ), sobre decisão da Justiça que absolveu Maria Cristina Boner, ex-mulher e sócia de Frederick Wassef, em processo sobre improbidade administrativa.
Wassef foi advogado da família do presidente Jair Bolsonaro e teria escondido Fabrício Queiroz, apontado como operador de esquema de corrupção envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Queiroz foi preso no dia 18 em uma casa de Wassef.
O subprocurador Lucas Furtado quer que seja apurado se foi "mera coincidência ou casuísmo" a data do julgamento do Tribunal de Justiça do Distrito Federal que livrou Cristina da condenação de não poder mais contratar com o poder público.
A decisão foi tomada na última quarta-feira (24), dois dias após Furtado ter pedido uma auditoria no TCU sobre os contratos da empresa Globalweb Outsourcing, fundada pela ex de Wassef e administrada por uma de suas filhas. O objetivo do Ministério Público é apurar eventual prática de tráfico de influência em contratos com o governo federal. Entre janeiro de 2019 e junho deste ano, o governo de Jair Bolsonaro pagou R$ 41,6 milhões à empresa.