Ministro da Saúde fere Código de Ética e usa cargo para fazer promessas em campanhas

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Ricardo Barros (PP) participou de diversas campanhas, fez promessas e firmou compromissos com candidatos. Documento que define normas de conduta para ministros diz que "nos eventos políticos eleitorais que participar a autoridade não poderá fazer promessas, ainda que de forma implícita" Por Victor Labaki O ministro Ricardo Barros (PP) fez campanhas e promessas em comícios de candidatos à prefeituras no Paraná, seu estado natal, e participou de eventos de campanhas eleitorais em que firmava compromissos de construções de hospitais e outras melhorias na área de saúde. Essa prática é proibida pelo Código de Ética da Presidência. Durante um comício do Victor Martini (PP), candidato à Prefeitura de Marialva, o ministro firmou o compromisso de construir um hospital na cidade. "Estamos juntos de mãos de dadas para  que o prefeito escolha as prioridades e nós apoiaremos as prioridades que foram escolhidas", disse. A prática adotada por Ricardo Barros é proibida pelo Código de Ética da Presidência. Segundo o documento, a autoridade pública pode participar de atividades eleitorais desde que essa participação não prejudique o exercício de função. Um dos artigos proíbe especificamente os ministros de usarem o cargo para fazerem promessas. "Nos eventos políticos eleitorais que participar a autoridade não poderá fazer promessas, ainda que de forma implícita, cujo o cumprimento dependa do cargo público que está exercendo, tais como realização de obras, liberação de recursos e nomeação para cargos ou empregos", diz o artigo. Em Foz do Iguaçu, o ministro usou seu cargo para prometer melhorias em um hospital da cidade durante a campanha do candidato Chico Brasileiro (PSD). "Pode contar, Chico, com a nossa articulação, nosso apoio. Nós estamos dispostos a fazer com que a saúde de todos os brasileiros seja melhor. Portanto, Foz do Iguaçu está enquadrada nesse nosso objetivo", disse Ricardo Barros. Em nota, o Ministério da Saúde disse que Ricardo Barros não firmou compromissos diretamente e que apenas apoiou medidas que seriam definidas como prioritárias pela gestão municipal. "Em suas falas, o ministro reforça que apoiará as prioridades definidas da gestão municipal com suas emendas parlamentares de deputado federal e as prioridades definidas pela população e seu gestor municipal, nas atividades de ministro da Saúde", diz. Na agenda oficial do ministro do dia 23 de setembro consta só que ele faria uma visita ao hospital de Apucarana (PR), às 15 horas. Segundo o ministério essa agenda foi cumprida e nenhuma verba do ministério foi utilizada para as viagens dessas cidades. Veja os vídeos: