Ministros do STF discutem se Gilmar deve decidir futuro de Queiroz e Flávio

Por ter relatado ação apresentada pelo senador ano passado, ministro pode ser responsável automático por outros processos relacionados que cheguem à Corte

Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF
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Integrantes Supremo Tribunal Federal começaram a discutir reservadamente se o ministro Gilmar Mendes seria ou não o responsável automático por qualquer recurso que venha a ser apresentado pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) ou por Fabrício Queiroz à corte, segundo o jornal Folha de S.Paulo.

Desde o ano passado, a um entendimento no STF de o ministro que já atuou em processo similar torna-se o responsável automático por casos relacionados que chegam à corte. Como Gilmar foi relator de uma ação apresentada pelo senador no ano passado, assumiria os futuros casos relacionados à investigação que corre em primeira instância.

O filho do presidente Jair Bolsonaro é investigado porque teria sido o líder de uma associação criminosa formada para desviar parte dos salários dos servidores de seu gabinete como deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

No último dia 18, Queiroz, que foi assessor de Flávio e seria o responsável por recolher os pagamentos dos funcionários, foi preso pode decisão da Justiça do Rio.

Segundo apuração do jornal, uma eventual relatoria de Gilmar para habeas corpus ou recursos do senador ou de envolvidos no caso darão poder ao ministro e ampliarão a influência dele no governo. Apesar de fazer críticas a Bolsonaro, costuma manter interlocução com membros do governo.

Em setembro de 2019, Gilmar foi relator de uma reclamação apresentada por Flávio e atendeu ao pedido dos advogados do senador para determinar a suspensão da tramitação dos processos que tinham como alvo o filho do presidente e Queiroz.