
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a Polícia Federal a acessar informações realizada pelo Facebook, que derrubou uma rede de distribuição de fake news e perfis falsos ligada à família Bolsonaro no último dia 8 de julho.
Moraes atendeu o pedido de investigadores da PF, que poderão utilizar as informações em dois inquéritos em que o ministro é relator, o das fake news e o dos atos golpistas. Ele deu cinco dias para a rede social passar os dados.
No dia 8 de julho, em operação global para combater conteúdos falsos e discurso de ódio, o Facebook derrubou quase 100 contas ligadas ao clã Bolsonaro. A investigação da plataforma vinculou funcionários dos gabinetes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) à produção e distribuição dos conteúdos.
O Facebook cita Tércio Arnaud Thomaz como um dos principais responsáveis pela divulgação dos conteúdos de desinformação e discurso de ódio. Tércio é assessor especial do presidente da República e integraria o chamado “gabinete do ódio”, por indicação do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).
Especialistas da plataforma identificaram que ele é o responsável pela página Bolsonaro Opressor 2.0, com mais de 1 milhão de seguidores, e pela conta @bolsonaronewsss, no Instagram, com 492 mil seguidores e 11 mil posts. As páginas publicavam conteúdos contra opositores do presidente.
Os investigadores da PF querem ter acesso a todos os dados da apuração privada realizada pelo Facebook, indicando que os inquéritos do STF devem fechar o cerco no gabinete do ódio. De acordo com fontes ligadas ao Palácio do Planalto, o grupo fica no terceiro andar do Palácio, em sala a poucos metros do gabinete do presidente.
Além de Tércio, de 31 anos, fariam parte do gabinete organizado por Carlos os assessores José Matheus Sales Gomes, 26, e Mateus Matos Diniz, 25.