O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve nesta sexta-feira a suspensão da nomeação de Alexandre Ramagem para a direção-geral da Polícia Federal, segundo a Globonews.
Mais cedo, a Advocacia-Geral da União (AGU) tinha pedido ao STF que reconsiderasse a decisão liminar (provisória) de Moraes e liberasse a a validação do ato de nomeação de Ramagem, que é amigo da família do presidente Jair Bolsonaro.
No início da noite desta quinta, Moraes arquivou o caso e o pedido da AGU, considerando o processo "sem efeito", uma vez que o presidente nomeou outra pessoa para o cargo.
Depois da suspensão de Ramagem na semana passada, Bolsonaro nomeou na última segunda (4) o delegado Rolando Alexandre para o comando da PF, em uma espécie de mandato tampão. Ele era o principal assessor de Ramagem na direção da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e já iniciou as mudanças de interesse de Bolsonaro, como a troca do superintendente da PF do Rio.
Para o ministro Alexandre de Moraes, há indícios de que a nomeação de Ramagem não respeitava os princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade – o que configura desvio de finalidade. O caso surgiu na esteira na saída do então ministro da Justiça Sergio Moro, que pediu demissão por não aceitar a indicação de Ramagem e acusou Bolsonaro de interferir na PF para evitar investigações que miram filhos e aliados.