Moro anula punição a delegado da Lava Jato que conduziu investigação para abafar caso de grampo na cela de Youssef

Delegado Maurício Grillo Moscardi foi punido por conduzir inquérito, sob influência do então juiz Sergio Moro, para abafar caso sobre grampo ilegal na cela do doleiro Alberto Youssef, que poderia anular toda a investigação da Lava Jato

Moro, Youssef e Moscardi (Montagem)
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O Ministério da Justiça, comandado pelo ex-juiz Sergio Moro, anulou a punição administrativa imposta ao delegado Maurício Grillo Moscardi, da Lava Jato em Curitiba, que foi condenado pela Corregedoria Geral da Polícia Federal a oito dias de suspensão por ter direcionado a condução de um inquérito interno com o objetivo de abafar o caso sobre o uso de grampos ilegais na cela do doleiro Alberto Youssef dentro da Superintendência da PF em Curitiba. Leia também Filhos de Januário: Messer confirma versão de Tacla Durán de propina a procurador da Lava Jato Ao lado de Moro, Zucolotto faz arminha com a mão em foto divulgada por Rosangela Moro A confirmação do grampo sem autorização judicial logo no início da Operação Lava Janto, em março de 2014, poderia contaminar todas as investigações que se seguiram, motivo da tentativa de abafar o caso. Segundo o blog de Marcelo Auler, Sergio Moro influenciou diretamente na primeira sindicância sobre o caso, conduzida por Moscardi, em que "procuradores (da Lava Jato) atipicamente requereram o arquivamento do Inquérito Policial, antes mesmo da realização de diligências básicas e da confecção do relatório final". Em depoimento, o próprio Maurício Moscardi diz que o então juiz Sérgio Moro teve acesso a uma sindicância antes dela ser concluída. "O que eu fiz foi, após terminar a sindicância, eu peguei o relatório e encaminhei para a corregedora por e-mail, falando que tinha uma ressalva do doutor Moro, que antes de qualquer coisa que fosse encaminhado para ele dar uma olhada e para o controle externo do Ministério Público Federal". Na segunda sindicância em que a Corregedoria refez o trabalho de Moscardi, não apenas se confirmou que o grampo ilegal existiu como ainda captou conversas dos presos.