"Moro cometeu um crime e vai responder por isso", diz Wadih Damous sobre divulgação do grampo de Lula

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
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Para o advogado e deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), o juiz Sérgio Moro agiu de forma ilegal ao liberar as interceptações telefônicas da Polícia Federal que registraram uma conversa entre Lula e a presidenta Dilma que, de acordo com o próprio juiz, sequer trazem indícios de ilegalidade. "Ele está insuflando a população e extrapolando todos os limites" Por Ivan Longo Já é manchete na maior parte dos sites de veículos da mídia tradicional a notícia de que foi divulgado o grampo da Polícia Federal que interceptou Lula e que, supostamente, revela como a presidenta Dilma teria agido para "evitar a prisão" do ex-presidente. Isso foi possível pois o juiz Sérgio Moro retirou, nesta quarta-feira (16) - mesmo dia em que Lula foi nomeado ministro-chefe da Casa Civil - o sigilo das interceptações telefônicas que monitoram o ex-presidente. No despacho em que libera as gravações, no entanto, o próprio juiz Moro pondera que "não há indícios" de que os interlocutores, no caso, Lula e a presidenta Dilma, tenham agido de forma inapropriada. "Esse vazamento é ilegal. A lei de interceptação proíbe isso. Ele [Moro] cometeu um crime e vai ter que responder por isso", afirmou à Fórum o advogado Wadih Damous, que é deputado federal pelo PT do Rio de Janeiro. Para Damous, uma vez que o próprio juiz reconhece que não há indícios de ilegalidade no diálogo, retirar o sigilo mostra uma tentativa de "insuflar a população contra o governo" e "provocar um clima de instabilidade". Ele ressaltou ainda que, mesmo se houvesse alguma ilegalidade, o caso deveria ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal, já que na gravação quem fala é a presidenta da República. Na ligação, que muitos já interpretam como uma tentativa de Dilma de "livrar Lula da prisão", a presidenta diz que enviará ao petista o "termo de posse" do ministério e que ele só deveria ser usado "em caso de necessidade". De acordo com Damous, no entanto, não seria necessário que Lula estivesse com o termo em mãos caso o intuito fosse escapar de uma prisão já que sua nomeação como ministro já foi publicada no Diário Oficial da União. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil