Moro quer mandato para ministros do STF e toma "puxão de orelha" por não falar "língua do povo"

Reconhecido como parcial pela Corte, Moro defendeu transformar o Supremo em um "tribunal constitucional". Além disso, sugeriu aplicar temas burocráticos à realidade prática para se aproximar da população

Sergio Moro no ato de filiação ao Podemos (Foto: Robert Alves / Monumental Foto /Flickr Podemos) Créditos: Flickr/Podemos
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Se a remota possibilidade de Sergio Moro (Podemos) ser eleito presidente da República em 2022 se concretizar - nas últimas pesquisas, ele aparece com média de 8% das intenções de voto -, o ex-juiz diz que pretende impor mandato aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em conversa com empresários do grupo Personalidades em Foco nesta segunda-feira (27), Moro respondeu a questionamentos sobre a Corte e falou em “movimento de anulação de condenações que gera descrédito, ruim para as instituições”.

“Compartilho dessa crítica, com a ressalva de que sou institucional. O remédio para isso são mudanças e reformas que melhorem nossas instituições. O mero ataque e o desrespeito não é algo que constrói. É preciso pensar em reformas institucionais no STF. Transformá-lo num tribunal constitucional e pensar em mandato para os ministros", disse o ex-juiz, reconhecido como parcial por votação da Corte.

Além disso, ele defendeu o fim da reeleição para presidente e do foro privilegiado. “A dificuldade é fazer a demanda por reformas essenciais vencer os interesses setoriais e corporativos", analisou.

O ex-ministro ressaltou, porém, que não quer ser um "anjo vingador". “Não vou ser um anjo vingador. O que queremos é fortalecer nossas instituições. Quando fui ministro, conversei muito, mas fui sabotado. Há espaço para discussões", afirmou Moro.

Criticado por não falar "língua do povo"

Bastante criticado por sua falta de articulação, Moro tomou um "puxão de orelha" do ex-presidente da Nivea e da Phillips, Paulo Zottolo, por não estar falando “na língua do povo” durante a pré-campanha, como Lula (PT).

Sem saber o que dizer, o ex-juiz concordou, mas sugeriu um caminho inusitado: aplicar temas burocráticos à realidade prática. "A reforma administrativa tem sido focada na redução de custos. Mas se for pensar o que queremos de um governo: escolas de menor custo ou de qualidade?", questionou.

* Com informações da Coluna do Estadão