MPF: Corpo do pai do presidente da OAB foi incinerado em usina de açúcar pela ditadura

Delegado do DOPS disse que Fernando Santa Cruz foi levado à Casa da Morte em Petrópolis e, depois de assassinado, teve seu cadáver incinerado em usina de açúcar

O presidente da OAB, Felipe, e o pai, Fernando Santa Cruz (Montagem)
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Após investigação realizada pelo Ministério Público Federal durante os últimos oito anos, o órgão concluiu que o corpo de Fernando Santa Cruz, pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, e de outros onze desaparecidos foram incinerados na Usina Cambaíba, em Campos dos Goytacazes, norte do Rio de Janeiro. Inscreva-se no nosso Canal do YouTube, ative o sininho e passe a assistir ao nosso conteúdo exclusivo [caption id="attachment_182384" align="alignleft" width="200"] Local onde os corpos eram incinerados (Reprodução/Comissão Nacional da Verdade)[/caption] O processo, concluído no último dia 26, foi divulgado na noite desta quarta-feira (31) e possui cerca de 2 mil páginas além de áudios e vídeos, com cerca de 20 depoimentos. A principal declaração é a confissão do ex-delegado do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) Cláudio Guerra na Comissão Nacional da Verdade e no livro "Memórias de uma Guerra Suja". Blog do Rovai: O ataque de Bolsonaro ao presidente da OAB foi o seu maior erro político até o momento Guerra conta que Santa Cruz e Eduardo Collier, seu amigo, foram levados à Casa da Morte em Petrópolis e, depois de mortos, mandou que seus cadáveres foram incinerados em usina de açúcar. O MPF denuncia Guerra por ocultação e destruição dos corpos. O Ministério Público também usa o depoimento do ex-sargento do Exército, Marival Chaves Dias do Canto, que confirma que havia uma operação que transladava corpos da Casa da Morte para usinas de Campos dos Goytacazes. "Segundo o relato confessional de Cláudio Antonio Guerra, em algum momento, movido pela curiosidade, ele abria os sacos para ver os corpos (tendo observado que a um deles faltava o braço direito) e que, posteriormente, ao ver publicação de notícias e fotos dos desaparecidos, foi possível saber a identidade dos corpos que havia levado para ocultação e destruição na usina", diz o MPF. *Com informações do G1