MPF denuncia 12 pessoas por assassinato de indígenas no MS

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As acusações são de formação de milícia privada, constrangimento ilegal, incêndio, sequestro e disparo de arma de fogo. Na última terça-feira (14) um indígena morreu depois de um ataque a tiros Por Redação O Ministério Público Federal (MPF) denunciou na última sexta-feira (17) 12 pessoas por envolvimento em crimes contra os grupos indígenas Guarani-Kaiowá e Ñandeva em Mato Grosso do Sul. As acusações são de formação de milícia privada, constrangimento ilegal, incêndio, sequestro e disparo de arma de fogo. A denúncia do MPF ocorre dias após a morte do Guarani Kaiowá Cloudione Rodrigues Souza, 26 anos, em um ataque a tiros na última terça-feira (14). As investigações do MPF, no entanto, ocorrem há oito meses, conduzidas pela força-tarefa Avá Guarani. “O ajuizamento das denúncias é a primeira de uma série de medidas para combater o conflito armado na região”, segundo o órgão. De acordo com a denúncia, jagunços teriam sido contratados por fazendeiros para ameaçar e violentar as comunidades indígenas. Líder indígena Guarani Kaiowá é assassinado por fazendeiros no Mato Grosso do Sul “Só nos últimos dez anos, pelo menos um índio foi morto por ano em decorrência do conflito fundiário em Mato Grosso do Sul”, afirma o MPF. O assassinato de Cloudione foi incluído na investigação. No dia da morte do indígena, a entidade deslocou representantes para a área do conflito, no município de Caarapó. Além do MPF, a Polícia Federal e a Força Nacional atuam na região. Os Guarani-Kaiowá ocupavam desde o último domingo (12) o território chamado de Toropaso, dentro da Fazenda Yvu. Esse território, reivindicado pelos indígenas, foi identificado pela Funai em maio como terra indígena, mas ainda não teve sua demarcação confirmada. Após a divulgação do ataque, a Funai criticou o ocorrido e disse que atuará para o esclarecimento do caso. Já o Sindicato Rural de Caarapó afirmou “desconhecer” o assassinato. O sindicato, representante dos fazendeiros da região, afirma que não foi comunicado sobre disparos de arma de fogo e que tomou conhecimento apenas do uso de fogos e bombas para dispersar os indígenas “com medo de retaliação ou reação” por parte destes. Os indígenas, no entanto, confirmam o atentado. “Esse ataque é fruto da leniência e da lentidão do Estado Nacional em resolver a demarcação das terras indígenas. Outras áreas de retomada como Te’yjusu e Pindo Roky também foram vítimas de violências”, disse o antropólogo Diógenes Cariaga, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em declaração divulgada pelo Instituto Socioambiental (ISA). Com informações da Agência Brasil