MST ocupa prédio do Incra em Fortaleza

Trabalhadores sem terra protestam contra suspensão do Crédito Instalação, que auxilia na estruturação dos assentamentos

MST informou que a ocupação da sede do Incra em Fortaleza é por tempo indeterminado (Foto: Reprodução)
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Trabalhadores sem terra protestam contra suspensão do Crédito Instalação, que auxilia na estruturação dos assentamentos 

Por Felipe Rousselet

[caption id="attachment_27528" align="alignleft" width="300"] MST informou que a ocupação da sede do Incra em Fortaleza é por tempo indeterminado (Foto: Reprodução)[/caption]

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ocupou na madrugada desta terça-feira, 23, a sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Fortaleza. Cerca de 300 trabalhadores sem terra estão no prédio desde as 5h.

A ocupação tem o objetivo de denunciar a suspensão da liberação do Crédito Instalação para assentamentos. Segundo a assessoria de imprensa do MST no Ceará, o Incra nacional enviou um memorando para todas as superintendências estaduais determinando a suspensão do pagamento. O Crédito Instalação é utilizado para a estruturação dos assentamentos, que envolve, por exemplo, a construção de casas e cisternas.

De acordo com o MST, muitas famílias que já tinham iniciado a construção ou reforma de suas casas agora, com a suspensão do Crédito Instalação, estão com tudo parado. O movimento exige que o governo federal “devolva” imediatamente os recursos do Crédito Instalação para que as famílias possam concluir as obras.

Para Paulo Magalhães, membro da direção do MST no Ceará, a suspensão do Crédito Instalação “é uma falta de respeito da presidenta Dilma com o povo do campo”. Segundo ele, a ocupação do Incra em Fortaleza é por tempo indeterminado e acredita que até a próxima quinta-feira (25), quando é comemorado o Dia do Trabalhador Rural, o número de trabalhadores sem terra na ocupação passe de 1.000.

XII Encontro Estadual de Jovens do Campo

Em paralelo à ocupação da sede do Incra, o MST realiza o XII Encontro Estadual de Jovens do Campo, em parceria com a UFC (Universidade Federal do Ceará), na capital cearense. Até o dia 27, 400 jovens de acampamentos e assentamentos discutem temas como, por exemplo,  a conjuntura agrária e os desafios e perspectivas da juventude. Também estão previstas a realização de oficinas e atividades culturais durante o encontro.