“Muçulmanos são as primeiras vítimas do fanatismo”, afirma Hollande

Presidente francês fez um discurso no Instituto do Mundo Árabe, em Paris; os funerais de cinco vítimas do ataque ao jornal satírico Charlie Hebdo acontecem hoje (15).

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Presidente francês fez um discurso no Instituto do Mundo Árabe, em Paris; os funerais de cinco vítimas do ataque ao jornal satírico Charlie Hebdo acontecem hoje (15) Por Redação O presidente francês, François Hollande, realizou um discurso no Instituto do Mundo Árabe, em Paris, nesta quinta-feira (15), no qual afirmou que os muçulmanos são as primeiras vítimas do fanatismo, do fundamentalismo e da intolerância. "O islamismo radical alimenta-se de todas as contradições, de todas as influências, da miséria, da desigualdade, de todos os conflitos, há muito por resolver", declarou. O instituto, que representa uma das principais referências culturais do mundo árabe no país, teve a fachada estampada com a frase "Somos todos Charlie" escrita em grandes letras vermelhas. A iniciativa manifesta solidariedade às vítimas dos ataques efetuados à sede do jornal Charlie Hebdo no último dia 7, matando 12 pessoas. “Os franceses de confissão muçulmana têm os mesmos direitos, as mesmas obrigações que todos os cidadãos. Devem ser protegidos. O laicismo contribui para isso porque respeita todas as religiões", afirmou o presidente François Hollande. "A França é um país amigo, mas a França é um país que tem regras, princípios e valores, e entre estes valores há um que não é negociável, e que não será nunca, é a liberdade, a democracia", complementou. Serão realizados ainda hoje os funerais do desenhista Georges Wolinski, do chargista Tignous, da psicanalista Elsa Cayat, que também trabalhava no jornal, do policial que protegia a sede do Charlie Hebdo, Franck Brinsolaro, e do economista Bernard Maris. O atentado foi assumido ontem pela Al-Qaeda no Iêmen, que atribuiu a ação a uma vingança pelas caricaturas feitas do profeta Maomé. Foto de capa: Antonio Cruz/ABr