Múmia Abu-Jamal, ativista negro, terá terceiro julgamento

O ex-integrante dos Panteras Negras, Múmia Abu-Jamal, será jultado pela terceira vez nesta quinta-feira, 17. Há 25 anos no corredor da morte, ele transformou-se em um símbolo internacional na luta contra o racismo e a pena de morte.

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O ex-integrante dos Panteras Negras, Múmia Abu-Jamal, será jultado pela terceira vez nesta quinta-feira, 17. Há 25 anos no corredor da morte, ele transformou-se em um símbolo internacional na luta contra o racismo e a pena de morte.

Por Brunna Rosa

Múmia Abu-Jamal, nome adotado por Wesley Cook, ex-integrante dos Panteras Negras, foi preso em 9 de dezembro de 1981, sob a acusação de ter assassinado o oficial de polícia Daniel Faulkner, na Filadélfia. Ele defendia o irmão, agredido pelo policial. Há 25 anos no corredor da morte, ele será julgado pela terceira vez nesta quinta-feira, 17. Se perder a apelação, uma nova data de execução será anunciada ou ele será condenado à prisão perpétua.

Levado a julgamento em junho de 1982, foi condenado a pena de morte, via execução de injeção letal. Desde então, uma batalha judicial está sendo travada para anular a sentença. A Anistia Internacional e o Parlamento Europeu estão entre as entidades que pedem a revogação. Personalidades como Jacques Chirac, ex- presidente da França, e Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul, também assinam a lista.

O advogado de defesa, Robert Bryan, sustenta que testemunhas apontaram a presença de uma terceira pessoa durante a briga. Após os tiros, o suposto homem teria fugido. Quando outros policiais chegaram ao local, Jamal estava ferido e Faulkner morto. A arma encontrada sob porte de Jamal não poderia ter disparado as balas que mataram o policial, alem disso, nenhum exame de balística foi executado.

Neste julgamento, Jamal argumentará, oralmente, sobre as violações a seu direito constitucional de julgamento imparcial, denunciando o que considera racismo e postura política do juiz Albert Sabo.

Jamal é escritor, jornalista e locutor de rádios. No total, são 124 estações de rádio em uma rede nacional de emissoras negras que transmitem seus comentários. Jamal mantém o site Prision Radio com mensagens e discursos gravados diretamente de sua cela. No Brasil seu livro Ao Vivo do Corredor da Morte, editado pela Conrad, encontra-se esgotado.

Ilegalidade O juiz que presidiu seu processo em 1982, Albert Sabo, declarou publicamente sua hostilidade em relação a Jamal. Sabo é conhecido por ser o juiz recordista em número de condenações a morte. Além disso, a defesa alega outras ilegalidades no processo para pedir a anulação do julgamento de 25 anos atrás.

Em janeiro de 1999, o grupo de rock Rage Against the Machine, junto de três outras bandas, promoveram um show em Nova Jersey em defesa de Jamal. O governador Christy Whitman, à época, lamentou não poder proibir a atividade. Em 2003, Mumia Abu-Jamal foi nomeado cidadão honorário de Paris pela Câmara Municipal.

Mais informações: www.freemumia.org/articlesnewspg/MumiaNationAd.html