Na Colômbia, marcha indígena tem dois mortos

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A marcha liderada pelos indígenas colombianos que começou na terça-feira, 21, pela posse da terra tomada de seus ancestrais e denunciando os assassinatos de membros da comunidade nos últimos anos, foi marcada pela morte de duas pessoas. Segundo a polícia, um explosivo artesanal foi o responsável pelo incidente, enquanto os povos originários afirmam que as vítimas foram mortas pelos policiais.
As mortes aconteceram na cidade de Villarica, onde deve passar a marcha de cerca de 10 mil indígenas e que segue para a cidade de Cali.
A polícia afirma que não foi responsável pelas mortes. "Não estão claras as circunstância em que as vítimas morreram"", declarou o diretor do esquadrão antidistúrbio, coronel Jorge Cartagena, ao jornal colombiano El Tiempo, que cita testemunhas afirmando que houve a explosão de um artefato artesanal. O líder dos manifestantes, Daniel Piñacué, afirmou que cinco pessoas foram feridas, todos vítimas de armas de fogo.

A "Marcha pela dignidade dos povos" começou na terça após o fracasso do diálogo do governo do presidente Álvaro Uribe para o cumprimento de uma velha promessa eleitoral. Desde os anos 1990, o governo colombiano afirma que concederá as terras aos povos indígenas do país. O grupo ainda protesta pela violência contra as comunidades - eles afirmam que desde que Uribe foi eleito em 2002, 1.253 indígenas foram mortos e 54 mil foram retirados de sua terra. O governo afirma que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) estão por trás do protesto. Segundo o representante do Conselho Regional Indígena do Cauca, há uma preocupação pelo fato de a polícia acompanhar a marcha. Para Feliciano Valencia, o objetivo desta manifestação é falar, em Cali, com o presidente e, se ele não comparecer, os indígenas seguirão até Bogotá para fazer um debate “frente a frente”.

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