"Não sei se é o momento de unificar a esquerda", diz Marcelo Freixo

Deputado defende candidatura de Boulos em 2018 e que o PSOL não seja anti-Lula

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Deputado estadual do PSOL defende candidatura de Guilherme Boulos em 2018 e que seu partido não seja anti-Lula, somando-se aos setores mais conservadores. "Temos a chance de marcar diferença com o lulismo por meio de um programa", acredita Da Redação Para o deputado estadual do Rio de Janeiro Marcelo Freixo (PSOL) a esquerda vive um momento de reconstrução e talvez não seja a hora de unificá-la em torno de uma única candidatura em 2018. Ajude a Fórum a fazer a cobertura do julgamento do Lula. Clique aqui e saiba mais. “A gente vive um momento de reconstrução: qual esquerda a sociedade vai enxergar? Por que precisa enxergar o diferente. Não sei se esse é o momento de unificar todo mundo, não. Até porque a direita também está muito fragmentada: Jair Bolsonaro, Geraldo Alckmin, Henrique Meirelles...”, afirmou Freixo, à Anna Virginia Balloussier, da Folha de S. Paulo. Freixo acredita que até hoje a esquerda não entendeu 2013, quando protestos em diversas cidades do país reuniu milhares de pessoas. “A esquerda preferiu achar que aquilo ali era coisa da direita, o que não é verdade.” O psolista, que concorrerá à Câmara dos Deputados em 2018, defende a candidatura de Guilherme Boulos, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, à Presidência da República. Questionado se não seria um nome radical, ele responde: “Acho que dá pra trocar os estereótipos da radicalidade por um debate de conteúdo. A ideia é mostrar que essa radicalidade da política é a melhor coisa que pode acontecer pro Brasil, no sentido de ter uma proposta diferente da que se coloca hoje. Vivemos num dos países mais desiguais do mundo, extremamente violento. Nada disso a gente vê como radical. Violenta é a proposta que vem para mudar isso? Será?” Sobre Lula, Freixo defende que o PSOL não tenha uma postura anti-Lula, mas marque a diferença pelo programa: “Se ele for impedido de concorrer, o pós-Lula vai ser posto. Se concorrer e perder... É o cenário ideal para a direita. O que também pode acontecer: vencer e governar com alianças que sempre fez. Lula está sendo empurrado pela conjuntura para uma postura mais de enfrentamento. Mas, se estivesse a seu alcance, faria todos os acordos que sempre fez. Nesse sentido o pós-Lula vai se dar também, para a esquerda. O PSOL precisa entender seu papel nesse contexto. Não tem que ser anti-Lula, somando-se aos setores mais conservadores. Temos a chance de marcar diferença com o lulismo por meio de um programa”.