"Não vou disputar com Palocci?, diz Emidio de Souza

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O PT começou nesse fim de semana o seu longo e delicado processo interno de debate para definir quem vai disputar o governo paulista pela legenda. Uma vez absolvido pelo STF, Antonio Palocci é o único nome que agrada gregos e troianos. Seria simples, se Lula e o próprio Palocci já tivessem decidido. O presidente, porém, ainda não desistiu de lançar Ciro Gomes em São Paulo, e gosta da ideia de contar com seu ex-ministro da Fazenda na reta final da gestão.

Palocci, por sua vez, vê na disputa do Bandeirantes uma chance de redenção junto à opinião pública, ainda que o partido entre só para marcar posição, como nos velhos tempos. Certo mesmo é que os grupos internos estão preparados para o embate caso Antonio Palocci siga outro caminho. Único pré-candidato assumido ao governo paulista, Emidio de Souza, o popular prefeito reeleito de Osasco, já avisou aos companheiros que só desiste se for para apoiar Palocci. Nessa entrevista para Fórum, ele avalia o cenário

Fórum - O que o partido vai discutir esse fim de semana? O PT vai tirar um calendário e começar oficialmente o processo interno de consultas com os candidatos. É necessário esse procedimento oficial.

Emídio de Souza - A candidatura de Antonio Palocci ao governo é consensual? Não é um consenso, mas não vejo sentido em disputar com ele. Nós ainda nem sabemos se ele quer ser o candidato. Além disso, o presidente Lula continua insistindo na candidatura do Ciro Gomes em São Paulo. Também não sabemos ainda qual o papel que Lula espera para o Palocci. 

Fórum - Os problemas dele acabaram?

Souza - Torci muito pela absolvição e estou muito feliz com o resultado. Temos uma convivência longa. O Palocci é o candidato com mais potencial dentro do partido, embora não saia na frente nas pesquisas. Agora, ele resolveu o problema judicial, mas ainda não o político. É preciso ver como a opinião pública vai receber isso.

Fórum - Marta Suplicy é um bom nome?

Souza - É um dos nomes fortes, sem dúvida. Ela é uma liderança respeitada e que já foi testada nas urnas. Mas ir bem nas primeiras pesquisas não é o principal atributo de um candidato. Ela pode ser também uma ótima candidata ao Senado ou a Câmara.