Escrito en
BRASIL
el
Crianças e professores passaram mal com as bombas de gás da PM paranaense, que, durante o cerco aos manifestantes, lançaram os artefatos até mesmo na rua de uma creche; cerca de 150 crianças com idade entre 3 meses e 5 anos respiraram a fumaça e tiveram que ser liberadas; confira o vídeo
Por Ivan Longo
Desde a tarde desta quarta-feira (29) que o Centro Municipal de Educação Infantil Centro Cívico, em Curitiba (PR), está com suas atividades suspensas. A creche foi atingida pelo gás lacrimogêneo das bombas lançadas pela Polícia Militar ao atacar manifestantes que protestavam em frente à Assembleia Legislativa do estado.
[caption id="attachment_64456" align="alignleft" width="300"] Crianças foram liberadas depois de inalar gás lacrimogêneo das bombas da PM. (Foto: Clayton Padilha)[/caption]
"A gente liberou as crianças, chamamos os pais e suspendemos as aulas hoje. Estamos recomendando que os pais fiquem com as crianças em casa, pois não sabemos mais o que pode acontecer", contou Dagumberto Santos, diretor da unidade.
Dagumberto revelou que professores e crianças viveram momentos de tensão. Eles estavam observando a confusão, bem próximos à creche, quando perceberam que bombas estavam sendo lançadas bem na rua onde estavam. A fumaça, então, começou a entrar na unidade e, assustadas, as crianças começaram a chorar e a passar mal.
"Entrou bastante fumaça. Inalamos o gás. Teve ardência nos olhos, nas vias aéreas, na garganta. Várias crianças passaram mal e vomitaram. Dois educadores que passaram bem mal tiveram que ir para o hospital", afirmou, contando ainda que a equipe recebeu orientação dos bombeiros para deitar as crianças no chão.
A Guarda Civil Municipal, inclusive, chegou a prestar auxílio para retirar os alunos enquanto os pais vinham buscá-los.
Cerca de 150 crianças com idades entre 3 meses e 5 anos estavam no local no momento da confusão.
[caption id="attachment_64455" align="alignright" width="195"] Cápsula da bomba encontrada na rua da creche (Foto: Clayton Padilha)[/caption]
Depois que as crianças já haviam sido liberadas, o educador Clayton Padilha encontrou, bem em frente à creche, uma das capsulas das bombas lançadas pelos policiais.
Ao todo, mais de duzentas pessoas ficaram feridas e foram socorridas por equipes da prefeitura, que chegou a apelar ao governo que parasse com a violência. O governador Beto Richa (PSDB), por sua vez, minimizou o episódio e afirmou que quem agiu com truculência não foram os policiais, mas sim "black blocs" presentes no protesto.