Netflix nega que incentiva sexualização de crianças e defende filme alvo de críticas

Alvo de campanha que pede cancelamento de assinaturas, plataforma afirma que obra francesa alerta para a pressão que meninas enfrentam nas redes sociais e na sociedade. Boicote é direcionado pela direita nos EUA

Foto: Reprodução/Netflix
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A Netflix quebrou o silencio depois de dois dias recebendo duras críticas e acusações de favorecer a sexualização de menores e a "normalização da pedofilia" pelo lançamento do filme "Cuties" ("Mignonnes", no original em francês). A plataforma defendeu o filme, que descreveu como "um comentário social contra a sexualização de crianças pequenas."

"É um filme premiado e uma história poderosa sobre a pressão que as meninas enfrentam nas redes sociais e da sociedade em geral à medida que crescem, e encorajamos todos que se preocupam com essas questões importantes a assistir ao filme", ??afirmou a Netflix, em declaração para a Fox News.

Mais de 600 mil pessoas assinaram uma petição de boicote à Netflix, que pede o cancelamento de assinaturas, após a estreia na última quarta-feira (9). O filme francês conta a história de uma menina de 11 anos que tenta evitar problemas familiares e  descobre "twerking".

Nas redes sociais, a plataforma foi acusada de sexualizar menores, em mensagens que compartilham uma cena do filme em que os protagonistas dançam provocativamente para os adultos. A  hashtag #CancelNetflix ficou entre as mais usadas no Twitter. 

Nos Estados Unidos, a campanha contra o filme e a plataforma partiu, em particular, da direita foi assumido pelo debate político em meio a eleições presidenciais, marcada para novembro. Entre os que cancelaram a assinatura está o senador republicano Bo Biteman, do estado do Wyoming."Eu não apoio a exploração infantil ou a tentativa de normalizar a pedofilia!", disse no Twitter.

Defensores do filma também se manifestaram. Um deles é o jornal The New Yorker, que o qualificou de  "extraordinário" e acrescentou que se tornou "alvo de uma campanha da direita". Segundo o autor do artigo, Richard Brody, "algumas figuras conhecidas da extrema direita" ficaram incomodadas com o filme.