Neymar, que apoiou Aécio em 2014, pode ser preso por corrupção

A justiça espanhola negou recurso do jogador do Barcelona, Neymar, que foi cabo eleitoral de Aécio Neves em 2014, e determinou o julgamento de ação criminal ainda neste ano. A DIS, grupo de investidores que tinham 40% dos direitos econômicos do jogador prioriza ver o atleta punido e preso a receber a compensação financeira.

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A justiça espanhola negou recurso do jogador do Barcelona, Neymar, que foi cabo eleitoral de Aécio Neves em 2014, e determinou o julgamento de ação criminal ainda neste ano. A DIS, grupo de investidores que tinham 40% dos direitos econômicos do jogador prioriza ver o atleta punido e preso a receber a compensação financeira. Da redação com Informações do Uol A justiça espanhola negou recurso do jogador do Barcelona, Neymar, e determinou o julgamento de ação criminal ainda neste ano. De acordo com representantes legais da DIS, investidores que tinham 40% dos direitos econômicos do jogador, o grupo irá até o fim no processo, e prioriza ver o atleta punido e preso a receber a compensação financeira. "Nossos clientes estão nessa ação por Justiça, não por dinheiro. A Justiça Penal é prioridade, tem o dinheiro em segundo plano. O que nossos clientes pretendem é ver a justiça realizada. Eles foram enganados, foram vítimas de um negócio fraudulento, que desde o âmbito civil é antiético e imoral. O jogador jogou contra o clube que lhe pagou dez milhões de euros em uma final de Campeonato Mundial, já com esse dinheiro no bolso", afirma Paulo Nasser, advogado que atua em favor da DIS na ação na Espanha, se referindo ao duelo entre Santos e Barcelona, no Japão (vitória dos espanhóis por 4 a 0, em 2011). Neymar em vídeo de apoio ao então candidato Aécio Neves à presidência em 2014 Neymar é acusado pela DIS e pelo Ministério Público espanhol de dois delitos: estafa (estelionato) e corrupção entre particulares. Cada um deles prevê pena máxima de quatro anos – tanto a DIS como o MP pedem nos autos a prisão do jogador. "Para o jogador, o Ministério Público da Espanha e nossos clientes, DIS e FAAP (Federação de Atletas Profissionais), estão de acordo que uma das penas que devem ser aplicadas ao jogador é de prisão. Nós pedimos cinco anos de prisão, o MP da Espanha pede dois anos de prisão. Ainda existe a possibilidade de pena de inabilitação profissional, para que o jogador não possa exercer a profissão durante a condenação. Além disso, que sejam indenizados nosso  clientes em razão dos prejuízos que sofreram", explica Nasser. Com a decisão desta segunda feira Neymar, seus pais e ex-dirigentes de Santos e Barcelona serão julgados pelos crimes. Não há um prazo definido para julgamento, mas a expectativa é de que ele aconteça ainda neste ano, entre julho e agosto – isso tudo pode mudar dependendo das novas etapas do processo. O caso é parte de uma queixa do grupo de investimento brasileiro DIS, que era dono de parte dos direitos de transferência de Neymar e diz ter recebido menos dinheiro do que deveria quando Neymar se transferiu do Santos ao Barcelona, em 2013. Investigações foram realizadas na Espanha e no Brasil sobre se alguma parte da quantia de transferência de Neymar foi ocultada quando ele foi para Barcelona. Para o tribunal espanhol, os argumentos expostos por Neymar em seu recurso deverão ser esclarecidos no julgamento já que é indiscutível a "assinatura do próprio jogador nos contratos" investigados. O principal argumento do jogador é que ele se manteve fora do negócio e que, desde o tempo em que era menor até alcançar a maioridade "se dedicou exclusivamente a jogar futebol, depositando a sua confiança absoluta e cega em seu pai, para qualquer outro aspecto". Os juízes consideraram que o argumento é semelhante ao do também jogador do Barcelona Lionel Messi, em outro processo, recordando que ele foi julgado e condenado a 21 meses de prisão e a pagar 2 milhões de euros por fraude fiscal.