Niemöller para nosso tempo

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Primeiro rifaram os índios. Não me importei, pois não sou índio. E a indústria precisa da energia Em seguida, as mulheres e seus direitos reprodutivos. Não me importei, pois não sou mulher. Era meio impopular, defender aborto. Depois foi a vez dos negros. Não me importei, pois não sou negro. E o que é um livro racista na escola ante a eleição na cidade maior? Daí rifaram os lavradores. Não me importei, pois moro na cidade. E as exportações de soja me subsidiam a gasolina. Na sequência foram os jovens geeks e hackers. Não me importei, pois uso Windows. E devíamos mesmo uns favores à classe artística. Largaram os sobreviventes e enlutados. Não me importei, pois não perdi ninguém na ditadura. E alguns aliados tinham lá seus ossos no armário. Daí rifaram gays e lésbicas. Não me importei, sou hétero. E afinal, o que era a lei ante a multidão de eleitores conversos? Quando me rifaram Não havia mais quem (se) importasse.