No curso de Medicina da UFMG, brancos usam cotas para negros e tomam vagas de quem precisa

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Já são dezenas de pessoas brancas que, de forma fraudulenta, se autodeclararam negras para ingressar curso de Medicina da UFMG, um dos melhores do país, enquanto negros ficam de fora. "O assunto é delicado", justificou aluna branca de descendência italiana que usou cotas para negros Por Redação* Muitas das vagas reservadas para negros e negras no curso de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), através de cotas, estão sendo ocupadas por estudantes brancos. A denúncia partiu de alunos e de coletivos negros da instituição, que confirma que as fraudes estão acontecendo. Criado em 2009, o sistema de cotas da UFMG funciona da seguinte maneira: quando o candidato se autodeclara negro, pardo ou indígena, concorre a uma vaga dentro do subgrupo que se colocou [são quatro variações na universidade]. As notas de corte para cotistas chegam a ter 28 pontos a menos no Enem do que na ampla concorrência. Um caso emblemático de fraude no sistema de cotas da UFMG é o de Vinicius Loures, que é um modelo publicitário, branco, loiro e de olhos azuis. Há ainda o caso Bárbara Facchini, que é branca e descendente de italianos. "O assunto é delicado. Prefiro manter minhas concepções para mim", justificou. Enquanto isso, inúmeros candidatos e candidatas negras não conseguiram entrar na universidade devido ao aumento da concorrência no sistema de cotas, agora povoado de candidatos brancos. Por meio de nota, a UFMG informou que está ciente das fraudes e que pretende aprimorar o controle de acesso em suas ações afirmativas a partir do ano que vem. Uma das ideias é, além da autodeclaração, exigir uma carta formal em que ele relate elementos que o fazem se reconhecer socialmente como negro, pardo ou indígena. *Com informações da Folha de S. Paulo