No Dia do Estudante, PM paulista ataca jovens com cassetetes, bombas e spray de pimenta

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Jovens cantavam palavras de ordem contra o "fascismo e a violência" da PM. Vídeo mostra truculência policial contra estudante menor Por Rodrigo Gomes, na Rede Brasil Atual   Policiais militares da base policial da Praça Roosevelt, região central de São Paulo, reprimiram manifestação de estudantes contra o projeto Escola sem Partido antes mesmo de o ato ser iniciado e detiveram três adolescentes sob acusação de desacato, por eles estarem cantando palavras pelo fim da PM. Os jovens, dois homens e uma mulher, não tiveram os nomes revelados. Após a detenção dos estudantes, os PMs voltaram à base, reprimindo quem se aproximava com cassetetes, spray de pimenta e até o lançamento de uma bomba de gás lacrimogêneo. A jovem, de 15 anos, foi arrastada por dois policiais homens. Segundo relatos, em nenhum momento uma policial mulher esteve presente. Os jovens subiram em seguida para a Avenida Consolação até a altura da Universidade Mackenzie, onde foram surpreendidos pelo efetivo da PM com bombas e balas de borracha. A manifestação passou pelo 4° Distrito Policial, na Consolação, para onde a PM encaminhou os estudantes. No local, o Frei Agostinho, da Missão Eucarística Voz dos Pobres, afirmou que os jovens serão liberados em breve. Agostinho relatou que, ao chegar no DP, encontrou uma "situação muito triste". Os três estudantes foram colocados no porta-malas de uma viatura e chegaram algemados. De acordo com o frei, eles relataram que sofreram agressões com tapas, ofensas, golpes de cassetetes e ataques com spray de pimenta. Os policiais que detiveram os estudantes se recusam a dar informações e estavam sem identificação.

“O Estado, que deveria ser protetor das crianças, reprime, ofende e agride. Tudo se deu por palavras de ordem que os jovens entoavam, o que é um absurdo, pois eles criticavam a instituição, usando da liberdade de expressão”, afirmou. Além de Agostinho, um advogado ativista acompanha o caso e deve permanecer no local até a soltura dos jovens.

O secundarista Igor Miranda, da Escola Estadual Fernão Dias, disse que o protesto é contra o objetivo doutrinador do projeto Escola sem Partido. "Eles querem adestrar os estudantes. A escola já é um espaço de pouco debate hoje e vai ficar pior. Ameaçar prender professores por abordar certos temas é um absurdo", afirmou. Os estudantes seguem na Rua Coronel Xavier de Toledo, em passeata para a Praça da República, entoando palavras de ordem contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB), o acusando de ser fascista e rechaçando o fechamento de escolas, o que chamam de "reorganização disfarçada". Foto: Christian Braga/Jornalistas Livres