No Senado, Augusto Aras define golpe de 64 como "revolução"

Indicado por Bolsonaro à PGR, Aras disse que em 1964 houve um movimento revolucionário e que apenas o AI-5, em 68, pode ser chamado de golpe

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Escrito en POLÍTICA el
O procurador Augusto Aras, indicado por Jair Bolsonaro para a Procuradoria-Geral da República, disse em sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, nesta quarta-feira (25), que o golpe de 1964, que derrubou o presidente João Goulart, foi "gestado" no Congresso e que pode ser considerado uma "revolução civil". Para ele, o verdadeiro golpe veio em 1968, com o Ato Institucional nº 5 (AI-5), que endureceu o regime. "Devo dizer que o movimento de 64 teve o apoio da família brasileira, teve o apoio da Igreja católica brasileira, ele foi gestado dentro do Congresso Nacional", declarou o procurador, que ainda considerou aquele 31 de março como um dia "célebre". Para Aras, o AI-5 permite dizer que houve um golpe, mas apenas em 1968. "Do ponto de vista de um verdadeiro golpe, talvez vossa excelência convenha que 68 sim, houve um endurecimento, houve o AI-5, houve o cerceamento das liberdade públicas, o Congresso sofreu liberdade, foram cassados senadores, deputados, ministros do Supremo", afirmou. O procurador foi indicado por Jair Bolsonaro após conversas particulares mantidas entre os dois e com a sugestão do deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF), integrante da bancada da bala e investigado por corrupção. Seu nome não agradou aos defensores da Lava Jato, que promoveram uma campanha contra Aras. Na mesma sabatina ele disse que assinou sem ler carta de juristas evangélicos que defende cura gay e família hétero. "Eu não quero de nenhuma maneira dizer que alguém não tenha família. Tenho amigos que têm um casamento homoafetivo. Sou um homem que estuda culturas, não posso deixar de compreender fenômenos culturais e humanos”, respondeu Aras. https://twitter.com/JotaInfo/status/1176926259177316352