Novo presidente da Funai diz que índios não podem ficar parados no tempo

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Em entrevista, o pastor evangélico Antônio Costa propõe que indígenas sejam inseridos na cadeia produtiva, indo na contramão do modo de vida tradicional dessa população de produzir apenas o necessário para sobreviver. Ele também quer regulamentar mineração em territórios indígenas e tem como inspiração o modelo norte-americano. "Lá os índios são produtivos. Têm cassinos" Por Redação Em entrevista ao portal BBC Brasil publicada nesta quinta-feira (6), o novo presidente da Funai, Antônio Costa, afirmou que os índios não podem ficar parados no tempo e que têm que entrar na cadeia produtiva por meio de financiamentos de tecnologia para produzir grãos ou alavancar a pesca para que chegue a um nível competitivo com o mercado. A proposta vai na contramão do modo tradicional de vida desses povos, que prezam pela produção apenas do essencial para sobreviver, e não produzem para lucrar. "Não vejo como índios do Mato Grosso do Sul, nem do Mato Grosso, onde as terras são férteis, possam ficar parados no tempo, vendo ao seu redor a produção dos não índios crescendo, sem que eles tenham condições de produzir. Eles querem produzir, eles querem ter vida própria", disse. Para Costa, que é dentista e pastor evangélico, os indígenas, atualmente, querem ser médicos, engenheiros, advogados. "Essa população jovem que está vindo agora é competidora", afirmou. Ele tem como inspiração o modelo adotado nos Estados Unido onde, segundo ele, os índios são "produtivos". "Os índios americanos são produtivos, têm cassinos. E por que o índio brasileiro não pode produzir? Mas o Estado brasileiro tem de dar condições para eles, e isso nunca foi dado. Eles ficam na clandestinidade", pontuou. Na mesma entrevista, o novo presidente da Funai ainda propôs que se regulamente a mineração em territórios indígenas. "É preciso que o governo brasileiro e o Congresso deem uma solução rápida a essa questão, regulamentando a mineração em terras indígenas e dando maior poder de vigilância aos órgãos fiscalizadores". Confira a íntegra da entrevista aqui.