As autoridades chinesas reprimiram ontem brutalmente as mobilizações de milhares de manifestantes da comunidade uigur na cidade Urumqi, na província chinesa de Xinjiang. O saldo, segundo dados do próprio governo regional, eram de 140 mortos, 828 feridos e centenas de detenções, segundo informações de ontem (4). Hoje, no entanto, a agência de notícias oficial do país anunciou que o número de vítimas fatais chegou a 156.
Na origem dos protestos estão as recentes mortes de dois jovens uigur, trabalhadores duma fábrica de brinquedos, por outros operários de etnia Han (dominante no país). A comunidade uigur acusa as autoridades chinesas de estarem envolvidas nestas mortes e acusa o governo chinês de perseguição permanente e de não conceder liberdade religiosa.
A etnia uigur, minoritária no conjunto do território chinês mas muito relevante na região de Xinjiang, maioritariamente muçulmana, tem ainda comunidades noutros países vizinhos, como o Cazaquistão, o Paquistão, o Quirguistão ou a Mongólia.
Roseann Rife, responsável pela Aministia Internacional na Ásia, declarou ao Asia Times que "a violência é a uma demonstração clara de que as políticas que deviam garantir os direitos humanos para todas as minorias étnicas na região não estão a resultar", acrescentando ainda que receia "uma escalada das medidas securitárias na região", restringindo ainda mais as liberdades de reunião, de imprensa e expressão religiosa.
Com informações de Esquerda.net. Atualizado às 12:00.