"Nunca teve ditadura no Brasil", afirma Bolsonaro ao comentar prova do Enem

Além de negar o golpe militar, o presidente disse que aqueles que o chamam de racista, homofóbico ou misógino estão reproduzindo fake news

Reprodução/Facebook
Escrito en POLÍTICA el
Durante sua live semanal desta quinta-feira (14), o presidente Jair Bolsonaro negou que tenha existido ditadura militar no Brasil ao comentar sobre as provas do ENEM de 2019. O exame foi criticado por excluir a temática do golpe de 1964 pela primeira vez desde a criação da prova. Além disso, Bolsonaro afirmou que chamá-lo de homofóbico, racista ou misógino é fake news. "A imprensa falou 'não houve questão sobre ditadura'. Bem, parabéns, imprensa, nunca teve ditadura no Brasil. Que ditadura foi essa? Sem querer polemizar, onde você tinha direito de ir e vir, você tinha liberdade de expressão, você votava... Não vou entrar em detalhe, não vou polemizar. Querem chamar de ditadura, pode continuar chamando, sem problema nenhum", afirmou. A ausência do tema foi bastante criticada e muitos professores entenderam como uma forma de censura promovida pelo governo Bolsonaro contra o INEP, responsável pelo exame.  Uma comissão foi criada no instituto para analisar os conteúdos que sairiam na prova, já que Bolsonaro determinou que não fossem abordados temas “ofensivos” e “inadequados”, como questões raciais, de gênero, sobre diversidade, entre outras. Na transmissão, Bolsonaro ainda afirmou que é mais democrático que os governos do PT e disse que foi atacado por fake news nas eleições. "Ninguém sofreu mais com fakenews que eu. Eu fui chamado de racista, homofóbico, misógino. Eu não gostar de mulher? Fui chamado também de xenófobo. Eles querem de toda maneira me acusar de alguma coisa", disse. "Se você mentir contra o PT, você está falando bem. Se não tivesse tantos fake news a gente tinha arrebentado no primeiro turno", completou. Segundo levantamento produzido pelo jornal britânico The Guardian, 42% das mensagens difundidas pela direita durante as eleições de 2018 eram falsas e isso foi um fator fundamental para a eleição de Jair Bolsonaro.