OAB quer ouvir sociedade civil sobre chacina do Cabula

A seção baiana da entidade realizará audiência pública sobre o caso; "o que chamou a atenção foi o alto número de mortos devido a autos de resistência", explica vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos

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A seção baiana da entidade realizará audiência pública sobre o caso;  "o que chamou a atenção foi o alto número de mortos devido a autos de resistência", explica vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos  Por Anna Beatriz Anjos Na próxima quinta-feira (26), a seção baiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) realizará audiência pública sobre a chacina do Cabula, episódio que deixou doze pessoas mortas e quatro feridas no último dia 6. Além de integrantes da Ordem, estarão presentes membros da Defensoria Pública, do governo estadual e da sociedade civil, representada por movimentos sociais, como o Reaja ou Será Mort@. Segundo Eduardo Rodrigues, vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da entidade, diante das denúncias veiculadas pela mídia e relatadas por testemunhas e familiares das vítimas, a ideia é "ouvir a sociedade e alguns órgãos parceiros sobre suas experiências e, a partir daí, tomar algumas providências". Até o momento, a OAB se comprometeu a acompanhar as investigações junto à Defensoria Pública e pediu ao governo do estado seriedade e rapidez na apuração dos fatos. Outras iniciativas serão definidas durante a reunião. "O que chamou a atenção da Comissão foi o alto número de mortos devido a autos de resistência", afirma Rodrigues, explicando que casos com essas características sempre são assistidos pelo grupo. "Por conta desse alto quantitativo, entendemos que o protocolo tem que ser de uma investigação imparcial e célere para que se dê uma resposta rápida à sociedade", considera. Rodrigues comentou, ainda, a postura do governador Rui Costa (PT) em relação ao episódio. "Houve por parte do governo uma certa ansiedade em comentar o caso, o que aconteceu de forma desastrosa. A metáfora futebolística que o governador utilizou passou dos limites que são os parâmetros da dignidade da pessoa humana, e, de certa forma, demonstrou que ele mesmo fez um prejulgamento do caso", observa. (Foto: Rafael Bonifácio, da Ponte Jornalismo)