OEA não vai reconhecer as eleições em Honduras

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O presidente legítimo das Honduras, Manuel Zelaya, conseguiu o apoio da Organização de Estados Americanos (OEA) para não reconhecer as eleições que o governo golpista quer levar a cabo no dia 29 de novembro. A Frente Nacional Contra o Golpe apela ao boicote às eleições e a Comissão de Direitos Humanos responsabiliza os golpistas pela morte de cerca de 100 ativistas e manifestantes.

"Os países manifestaram hoje que não estão dispostos a reconhecer nem o processo, nem os resultados" das eleições de 29 de Novembro, explicou Zelaya, depois de se reunir com o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, e com o Conselho Permanente do organismo. Insulza frisou mais uma vez que "todos os membros do Conselho manifestaram o seu apoio ao presidente Zelaya como presidente de Honduras".

Zelaya clarificou que não se podem aceitar eleições "sem transparência", que sejam realizadas "sob sangue de fogo e baionetas" e nas quais o presidente legítimo esteja "expatriado".

No entanto, o jornal El Libertador dá conta que o Departamento de Estado dos EUA estará a atribuir verbas ao governo golpista para a realização de "eleições presidenciais livres e justas".

Não se referindo a esta informação, Zelaya mostra-se contudo desiludido com a atitude pouco firme dos EUA em relação ao golpe. "Os EUA conseguem conviver com um golpe de Estado na América Latina, um golpe que têm capacidade de reverter? O Governo do presidente Barack Obama sente-se afastado por um grupo de golpistas que infringiram a lei no país?", pergunta Zelaya, acrescentando que "a maior potência do Mundo tem instrumentos" para reverter a situação nas Honduras.

A Frente Nacional Contra o Golpe classifica de farsa as eleições de 29 de Novembro, apelando ao boicote e à não participação dos candidatos não alinhados com o golpe de Estado. A alternativa defendida pela Frente passa pela "instalação directa de uma Assembleia Nacional Constituinte popular, participativa, inclusiva, não discriminatória e democrática".

Entretanto, o Comité para a Defesa dos Direitos Humanos nas Honduras reponsabiliza diretamente o presidente interino Roberto Micheletti bem como outros golpistas pelo assassinato de cerca de 100 ativistas e manifestantes.

Por Esquerda.net.