Com várias vacinas contra o coronavírus prestes de serem lançadas oficialmente no mercado, a OMS (Organização Mundial da Saúde) lançou um alerta nesta segunda (23) sobre a necessidade de acelerar seu Plano Global de Vacinação, para evitar que as populações mais pobres não tenham acesso aos imunizantes.
A preocupação foi comentada pelo próprio diretor-geral da entidade, o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, em coletiva na que afirmou que “existe um risco real de que os mais pobres fiquem sem vacina, que terminem sendo pisoteados pelo desespero da corrida por comprar a maior quantidade possível de produtos, e por campanhas de vacinação improvisadas ou mal coordenadas”.
Seguindo o argumento, Ghebreyesus fez um apelo aos líderes mundiais sobre a urgência do fortalecimento de um fundo para financiar o Plano Global desenhado pela OMS, o qual precisaria de mais 4,3 bilhões de dólares, além dos 5 bilhões já arrecadados, para garantir o envio de vacinas em quantidade suficiente para os países que estão em dificuldades financeiras, e por isso têm menos condições de ter acesso ao produto.
Quem também comentou sobre as diretrizes do Plano Global foi a cientista-chefe da OMS, a indiana Soumya Swaminathan, que lembrou que a iniciativa está baseada no “uso de vacinas de diferentes desenvolvedores, não há qualquer favoritismo e está sendo considerado também as diferentes condições de armazenamento e acessibilidade, além do fato de que se requer uma enorme quantidade de vacinas”.
Por sua parte, o diretor regional da OMS na Europa, o belga Hans Kluge, preferiu reforçar sua opinião cautelosa com relação à vacinação contra o coronavírus, dizendo que “não se pode achar que isto será uma bala de prata contra a pandemia de covid-19 (infecção causada pelo coronavírus SARS-CoV-2), e talvez estejamos diante de outra doença que, como a gripe, vai precisar de uma renovação das vacinas periodicamente”.
Segundo a OMS, o Plano Global de Vacinação terá a colaboração de ao menos 26 laboratórios, além de 350 companhias aéreas e transportadoras, que levarão pessoal e insumos para abastecer 92 países, aos quais levarão cerca de 2 bilhões de doses de vacina contra o coronavírus durante o ano de 2021.