"Vai ter uma nova pandemia", diz diretora-geral adjunta da OMS

Diante do quadro novas crises sanitárias globais, a Assembleia Mundial da Saúde vai preparar um tratado sobre pandemia que será apresentado em novembro

Foto: Alex Pazuello/Semcom/Fotos Públicas
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A diretora-geral adjunta da Organização Mundial de Saúde (OMS), Mariângela Simão, declarou em entrevista à RFI que a OMS está preparando um tratado sobre pandemia e que um novo fenômeno pandêmico "é uma questão de tempo".

Para Mariângela Simão já não se trata mais de pensar se uma nova pandemia pode acontecer, mas quando ela deve acontecer.

"A OMS já se prepara para uma nova pandemia? Vai ter uma nova pandemia. Isso é uma coisa que a gente já sabe e que é inevitável. É uma questão de quando vai acontecer", alerta Simão.

"Essa pandemia, depois da gripe espanhola, foi a mais impactante e é também uma constatação: acho que o mundo precisa acordar porque a gente vê que não foram apenas os países em desenvolvimento que foram afetados. Afetou o mundo todo, ninguém estava preparado", analisa a diretora-geral adjunta da OMS.

A dirigente da OMS afirma que, diante da inevitabilidade de uma nova pandemia, "a Assembleia Mundial de Saúde agora em novembro estará discutindo a possibilidade de desenvolver um tratado para pandemias".

"Acho que tem duas coisas, um lado é em relação a esse coronavírus específico que é o Sars-Cov2 e as variantes, algumas variantes de preocupação, como o caso da Delta, que está presente em 188 países. Então a preocupação e o empenho da OMS em aumentar a cobertura vacinal é global, em todos os países e não apenas em alguns, para evitar que novas variantes preocupantes surjam", disse Simão.

Vacinação anual

A médica Mariângela Simão, que é especializada em saúde pública, também comentou sobre a necessidade de vacinação anual contra a Covid.

Ela explica que ainda não existem indicações claras da OMS que seja necessário uma renovação anual da vacinação. "No entanto, é possível que isso aconteça. Esse é o comportamento desse tipo de vírus, da família coronavírus, de se tornarem endêmico".

"O importante é ter sempre em mente que o mais importante é evitar que as pessoas mais suscetíveis morram por conta desse vírus e que a economia pare como parou", explicou Simão.