ONU nega apoio à 'ração humana' e gestão Doria é pega na mentira

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A Plataforma Sinergia, empresa que produz a chamada "farinata" para a prefeitura, informou que tem parceria com a ONU, informação que foi negada pela entidade. Procurado, secretário de Doria disse que produto, na verdade, foi premiado em um concurso ligado à ONU, o que também é mentira Por Redação* A gestão de João Doria (PSDB) frente a prefeitura de São Paulo já tornou uma tradição o ato de usar nomes de pessoas e entidades indevidamente e sem consultá-las em suas ações para dar a elas mais credibilidade. Agora, o governo do tucano foi pego na mentira com relação à Organização das Nações Unidas (ONU), que tem sua logomarca associada à polêmica ração humana anunciada pelo prefeito na semana passada. No site da Plataforma Sinergia, empresa que produz a chamada "farinata" - um suplemento feito com restos de alimentos que estão para estragar -, a ONU e a FAO aparecem como parceiras. Mas não foi só a empresa que mentiu. A própria gestão do prefeito tucano, através de seu secretário de Direitos Humanos, Eloisa Arruda, confirmou a suposta parceria. Mas ele conseguiu ainda ir além e disse que a "farinata", inclusive, ganhou prêmio na ONU. "Esse alimento foi submetido a um concurso mundial que foi feito pela FAO. Concorreu com 170 compostos nutricionais, e ele ganhou o prêmio. Foi considerado o melhor do mundo para suprir carências nutricionais. Ele já foi reconhecido pela Nações Unidas. É um alimento que foi testado e tem aprovação de uma agência internacional da ONU", disse o secretário à rádio CBN. Acionada pela reportagem, a ONU procurou ao longo de três dias por registros de qualquer parceria ou concurso envolvendo a Plataforma Sinergia e o produto, mas nada foi encontrado. A Plataforma Sinergia associa ainda, em seu site, imagens de outras cinco empresas à chamada ração humana. Todas elas também negaram relação com o produto, que já foi criticado por entidades de nutricionistas e até pelo Conselho de Segurança Alimentar. A ração humana é alvo agora de uma investigação do Ministério Público paulista. A ideia de Doria é distribuir o produto aos pobres em albergues e também na merenda de crianças da rede municipal de ensino. Leia também: Endereço de fabricante de ração humana de Doria é de uma residência onde não funciona empresa alguma *Com informações da CBN