Operador de câmera de monitoramento em Araraquara grava decotes de mulheres

A vereadora Gabriela Palombo, do PT, também descobriu um arquivo intitulado “filmagem das putarias” na sala de monitoramento

(Wikimedia Commons)
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A vereadora Gabriela Palombo, do PT, também descobriu um arquivo intitulado “filmagem das putarias” na sala de monitoramento Por Redação, com informações de Araraquara.com [caption id="attachment_37948" align="alignleft" width="300"] Gabriela Palombo realizou uma coletiva de imprensa para denunciar as práticas machistas (Wikimedia Commons)[/caption] A vereadora Gabriela Palombo, do PT, revelou filmagens invasivas feitas com o uso de equipamento de segurança de Araraquara. Em uma denúncia feita durante uma coletiva de imprensa na Câmara Municipal, imagens feitas por operadores de câmeras de monitoramento foram exibidas. Em vez de arquivar práticas criminosas, o operador perseguia mulheres em gravações, gravando até momentos íntimos. Segundo o site Araraquara.com, uma câmera foi utilizada para gravar o decote de uma mulher, que entra em uma loja. Ao sair do estabelecimento, o operador volta a persegui-la, focando em suas nádegas. Outra gravação mostra um casal de adolescentes em uma praça do centro da cidade. A jovem deita de uniforme no colo do namorado, e a câmera fica 28 minutos dando zoom em suas partes íntimas. Um arquivo intitulado como “filmagens das putarias” também foi encontrado na sala de monitoramento. “O que a gente percebe nas imagens é o manuseio das câmeras por uma pessoa doente, que as usa para perseguir mulheres, para a satisfação de algum desejo. Uma total falta de coordenação e gerenciamento”, declarou Gabriela. Investigações As investigações foram iniciadas a partir de denúncias feitas em junho, que diziam que nenhum equipamento de segurança estava funcionando. De fato, a vereadora constatou que inicialmente as 18 câmeras não estavam operando, mas foram consertadas. “Fui até lá e nenhuma câmera estava funcionando. Os agentes afirmaram que estavam atualizando o software e que, no dia seguinte, voltariam a funcionar. Três dias depois, voltei ao local e realmente 18 câmeras estavam funcionando”. O caso foi retomado em novembro, quando o funcionamento das câmeras voltou a ser questionado. Dessa vez, o promotor Raul de Mello Franco Junior visitou a sala e constatou que apenas nove câmeras estavam em ação. Na semana passada, no entanto, uma denúncia sobre o comportamento dos operadores fez com que Gabriela investigasse novamente a central e descobrisse as práticas machistas. “Já há uma representação no Ministério Público Estadual. Diante desse fato gravíssimo nós, da bancada do PT, vamos entrar com uma ação no Ministério Público Federal, já que as câmeras foram compradas por meio do convênio federal. Isso é um desvio de funcionalidade. Essas câmeras deveriam ser usadas para garantir ou ao menos contribuir com a segurança pública da cidade”, disse a vereadora. Ela também exibiu imagens dos monitores desligados em horário de funcionamento, e cenas de guardas municipais assistindo jogos de futebol nas telas de vigilância.